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Fumaça das queimadas reduz significativamente em Rondônia e Mato Grosso



A concentração de poluentes na atmosfera dos dois Estados diminuiu bastante com relação ao mesmo período do ano passado. As ações de fiscalização dos governos têm surtido efeito sobre essas regiões.

Daniel Panobianco – O período critico de queimadas no sul da Amazônia começa agora na segunda quinzena de agosto. E é nessa época em que os focos de queimadas observados pelos satélites não aumentam, explodem em quantidade. Segundo dados do satélite NOAA-15 da NASA (Agência Espacial Americana), e que serve de sustento de dados ao INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a quantidade de focos de queimadas registrados em julho de 2007 em Rondônia foi de 249. Já em julho deste ano, na avaliação deste satélite, não passou de 101.

Em Mato Grosso, o mesmo NOAA-15 registrou 2593 focos de queimadas em julho do ano passado e agora em 2008 foram 739 focos, no mesmo mês.

Apesar de o período de seca estar marcante, porém menos intenso do que no ano passado, a concentração de poluentes na atmosfera está bem menos intensa. Essa percepção pode ser feita pela população de Rondônia e Mato Grosso que, apesar de conviver com a fumaça das queimadas na época do verão amazônico todos os anos, já se habituou de certa forma com essa grave liberação de partículas poluidoras na atmosfera.

A imagem do sensor MODIS, do satélite AQUA, da NASA, revela na comparação entre 2007 e 2008, a drástica redução na porcentagem de fumaça presente na atmosfera dos dois Estados.

Na cidade de Ji-Paraná, centro de Rondônia, na primeira semana de agosto de 2007, a intensa fumaça das queimadas chegou a reduzir a visibilidade no aeroporto local para apenas 200 metros. Este ano, também já existe fumaça, embora em uma quantidade notoriamente menor sobre a região.

Em Vilhena -sul de Rondônia - foi registrada em setembro a menor visibilidade mínima horizontal da história, com apenas 50 metros no aeroporto Brigadeiro Camarão.

No Estado de Mato Grosso, nas regiões de Sinop e Alta Floresta, os aeroportos locais ficaram fechados por dias seguidos devido a total falta de visibilidade das aeronaves. Em Sinop, foi registrada visibilidade nula entre o final de agosto e inicio de setembro do ano passado.

Em Cuiabá, grande parte da população sofreu com uma concentração de poluente jamais registrada antes. O Aeroporto Internacional Marechal Rondon em Várzea Grande, indicou através de dados de METAR na segunda semana de agosto de 2007, visibilidade de apenas 100 metros por 5 dias. O limite mínimo de segurança para a aviação, segundo a REDEMET (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica) é de 1600 metros de visibilidade horizontal diurna. Mesmo operando por instrumentos, os riscos de acidentes em aeroportos são grandes quando há fumaça.

Os meios hidroviário e rodoviário também são castigados pela intensa poluição. E a fumaça foi uma das causas para um grave acidente, com engavetamento de diversos veículos no ano passado na rodovia BR-364 entre Comodoro-MT e Vilhena-RO. Naquele dia, a visibilidade na estrada era de menos de 100 metros, de acordo com a Policia Rodoviária Federal.

Em Porto Velho, a Marinha redobrou os cuidados com as embarcações e proibiu o tráfego no período noturno entre a capital de Rondônia e Manaus devido a grande concentração de fumaça no rio Madeira.

As ações de fiscalização das autoridades, tanto de âmbito estadual, quanto federal têm surtido efeito nesta área do País. Além das operações de combate ao desmatamento da Policia Federal e IBAMA, a falta de crédito e incentivo fiscal aos produtores rurais soma a mais para a redução na quantidade de áreas de queimadas, e consequentemente, de derrubadas. Mesmo assim não há nada para se comemorar. O desmatamento na Amazônia é grande, as áreas de lei continuam a ser derrubadas e o comércio ilegal de madeira só aumenta. A conscientização da população valeria a mais se todos participassem da uma campanha bruta contra as áreas ilegais de derrubada e que não servem para o manejo sustentável, glorificado por muitos políticos locais.

Dados: PRF – REDEMET – NASA - INPE
Fonte: De olho no tempo

 

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