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Meio Ambiente

General Augusto Heleno diz que Estado é ausente na fronteira da Amazônia



General diz que é flagrante a ausência do Estado nas áreas de fronteira da Amazônia


Amanda Mota
Agência Brasil
 
 
Manaus - O comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Pereira, disse hoje (1º), em Manaus, que a ausência do Estado é flagrante, principalmente nas áreas de fronteira da Amazônia. 

"O que já foi percebido não só por mim, mas por todos os que visitam a Amazônia, é a ausência flagrante do Estado brasileiro, principalmente nas áreas de fronteira, onde muitas vezes a única presença física efetiva é do Exército", disse.

O general fez uma avaliação do trabalho que realizou no CMA nos últimos dois anos e lembrou que a região sempre foi cobiçada por sua riqueza natural. De acordo com Heleno, a Amazônia não pode ser vista como um "país amigo" e sim como um patrimônio do povo brasileiro.

"Conseguimos avanços fundamentais para que a Amazônia não seja vista como um país amigo. A Amazônia é Brasil e precisamos ter isso na cabeça. Não restam dúvidas de que a Amazônia é cobiçada. Seria ingênuo pensar que só os brasileiros pensaram em aproveitar os recursos naturais da região. Acho que temos o direito e o dever de aproveitar esses recursos em prol do povo brasileiro, dentro da política de desenvolvimento sustentável", afirmou.

De acordo com o comandante militar da Amazônia, a região representa um grande desafio, principalmente pelo seu tamanho, comparável a área ocupada pela Europa Ocidental. Ela possui 3,6 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 42% do território nacional. " Talvez o maior desafio da Amazônia esteja em vencer as dificuldades inerentes à própria grandeza territorial da região", afirmou.

O militar também falou das dificuldades de deslocamentos na Amazônia por causa da precariedade do sistema de transporte. "Existe na região uma situação de transporte bastante crítica. A Amazônia é uma área com deslocamentos difíceis e problemáticos"

Na próxima segunda-feira (6), Heleno vai passar o comando do CMA para o general Luís Carlos Gomes Mattos. Segundo o oficial, seu sucessor tem vasta experiência militar, com 43 anos de serviço prestado ao Exército.

"O general Matos conhece muito bem o Exército e a Amazônia porque serviu muitos anos na Brigada de Infantaria Para-Quedista , que é uma força estratégica com atuação freqüente na região. Desejo a ele que seja tão feliz quanto eu fui aqui e receba imediatamente todo apoio que eu recebi do povo desta região. Essa população precisa muito de nós", disse.

Depois de passar o comando do CMA, o general Augusto Heleno deverá assumir o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, em Brasília.

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