Terça-feira, 22 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Inpa discute projeto que avaliará quantidade de mercúrio em rios da Amazônia


O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) discute cooperação para participar de um projeto sobre o desenvolvimento de biomarcadores de toxidade do mercúrio em cinco rios da bacia Amazônica. Os detalhes da cooperação foram debatidos em reunião que aconteceu no fim da tarde desta quarta-feira (20), na sede do Instituto em Manaus (AM).

O projeto, que conta com a participação das Universidades de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/Goiás), foi financiado pela Energia Sustentável do Brasil por meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (P&D/ANEEL).

De acordo com Ézio Sargentini, pesquisador representante do Inpa na cooperação, a área de atuação será nas bacias dos rios Negro e Madeira, Tocantins, Branco e Tapajós. Segundo o pesquisador, a cooperação científica já foi firmada. “Todos nós chegamos a um acordo, faltam apenas questões jurídicas. Nessa parceria vamos atuar de várias formas, tanto no conhecimento e tecnologia como na troca de informações entre as instituições”, disse.

A pesquisa

Os estudos baseiam-se na criação de mecanismos de vigilância toxicológicos associados ao mercúrio para garantir a saúde da população ribeirinha. “A ideia é encontrar biomarcadores que possam refletir alterações no ambiente em curto espaço de tempo e a partir daí criar índices de vigilância que poderão ser adotados em novos empreendimentos hidrelétricos no setor na região amazônica”, explica o pesquisador da UnB, Luiz Fabrício Zara.

Ainda de acordo com Zara, a pesquisa irá utilizar um novo biomarcador para medir os níveis de mercúrio em diferentes amostras: “Para o desenvolvimento desse novo biomarcador iremos utilizar uma tecnologia chamada de Metalômica, que é onde você separa as suas proteínas e busca depois possíveis metaloproteínas (proteínas que contém um ou mais íons metálicos em sua estrutura). É uma interface entra biologia e a química analítica. Com isso iremos trabalhar com amostras de peixe e leite materno”.

A escolha do peixe, segundo o pesquisador, está diretamente relacionada à cadeia alimentar. Antes do peixe ser consumido, ele já acumulou (por meio da biomagnificação e bioacumulação) um alto teor de mercúrio em sua estrutura, podendo assim apresentar uma ameaça para a população que o consome. Se tornando um bioindicador, as proteínas do peixe serão extraídas e separadas em busca da maior ligação de proteínas com o mercúrio.

“A outra fonte, direcionado para o leite materno, é devido à necessidade de aprofundarmos esse conhecimento do mecanismo de transferência desse metal, que é neurotóxico, via o leite. O potencial de toxidade nessa primeira fase da vida criança é grande”, alerta o pesquisador.

Após o consumo do peixe pelo homem, o mercúrio presente na espécie pode atacar o sistema nervoso central. Os sintomas podem ser reconhecidos com tremores, perda de visão periférica, de olfato, de paladar e em alguns casos, levar a morte. “Por isso é importante entender a dinâmica do mercúrio associada à expansão do setor hidrelétrico”, conclui Zara.

Fonte: Raiza Lucena / INPA

Gente de OpiniãoTerça-feira, 22 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Presidente da FIERO participa da estreia do programa “Fala Indústria” promovido pela CNI

Presidente da FIERO participa da estreia do programa “Fala Indústria” promovido pela CNI

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, participou nesta terça-feira, 15, da estreia do programa Fala

Rio Madeira está a mais de 1,5 metro da sua normalidade para o ano

Rio Madeira está a mais de 1,5 metro da sua normalidade para o ano

Neste sábado (12), o rio Madeira registrou a cota de 16,76 metros, se mantendo estável nas últimas 24 horas. De acordo com o Boletim de Monitorament

Abril Verde 2025: MPT-RO/AC abrirá campanha com mostra visual sobre mudanças climáticas e riscos no trabalho

Abril Verde 2025: MPT-RO/AC abrirá campanha com mostra visual sobre mudanças climáticas e riscos no trabalho

O Ministério Público do Trabalho em Rondônia e Acre (MPT-RO/AC) abrirá oficialmente a campanha “Abril Verde 2025” com a inauguração da mostra visual

Com 16,71 metros, rio Madeira se mantém estável, mas perto da cota de inundação

Com 16,71 metros, rio Madeira se mantém estável, mas perto da cota de inundação

O rio Madeira registrou, na manhã desta segunda-feira (7), o nível de 16,71 metros, indicando estabilidade em seu volume de água durante o final de se

Gente de Opinião Terça-feira, 22 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)