Domingo, 1 de setembro de 2013 - 07h55
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), através da Superintendência em Rondônia, vem acompanhando as pesquisas referentes ao patrimônio arqueológico nas áreas diretamente afetadas pela Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho. Em 2012 o IPHAN presenciou a execução do projeto de “Levantamento de Pedrais com Petroglifos com a tecnologia 3D no Rio Madeira”, o qual escaneou em 3D um conjunto de gravuras pré-coloniais contidas nas rochas.
De grande importância patrimonial, os petroglifos, como são conhecidas as gravuras realizadas em pedras, formam um acervo cultural sobremaneira, criando um elo de comunicação entre os seus artistas/criadores e os atuais cidadãos. O projeto de levantamento em 3D foi executado por pesquisadores portugueses e brasileiros, todos contratados pelo consórcio da usina de Santo Antônio, sendo a documentação desse patrimônio cultural o escopo principal do projeto luso-brasileiro.
O resultado obtido no processo é o de modelos tridimensionais, onde é possível visualizar a arte rupestre como se a pessoa estivesse no próprio sítio arqueológico. Dessa maneira, há a possibilidade de criação de um museu virtual, onde o cidadão poderá realizar um tour pela área do sítio, além de contemplar e compreender o passado pré-colonial do Brasil.
Para o superintendente substituto do IPHAN em Rondônia, Danilo Curado, a tecnologia investida durante as pesquisas arqueológicas insere Rondônia no cenário internacional, não ficando atrás dos demais estudos realizados fora do Brasil. “O uso do escanner 3D possui um potencial informativo sem igual, indo além do que é possível verificar a olho nu. Ademais, a possibilidade didática dos dados gerados torna-se incomparável nas práticas educacionais em prol do patrimônio arqueológico brasileiro, bem como na salvaguarda de uma infinidade de dados científicos”, acrescenta Curado.
Segundo o superintendente, o uso da alta tecnologia na coleta e sistematização de dados é mais uma ferramenta que vem a garantir a manutenção da Memória do povo brasileiro. “Além da garantia do armazenamento dos dados de forma digital, o projeto dará acessibilidade aos cidadãos. No contexto atual onde tanto se é discutido sobre o acesso às fontes culturais, havendo como resultado a criação de um museu virtual, milhares de pessoas, em todas as partes do mundo, poderão conhecer por meio da internet alguns exemplares dos sítios arqueológicos da Amazônia”, expõe Curado.
“E é essa devolutiva que pretendemos dar à sociedade, ou seja, apresentar o que havia de patrimônio cultural nessas terras, garantindo o direito das futuras gerações de conhecerem o seu passado e a gênese do seu povo. Mostrar ao povo brasileiro que a Amazônia vai além da fauna e da flora, e que o componente humano é uma característica fundamental na história do bioma amazônico. Assim, compreendemos que defender o patrimônio arqueológico é, também, defender a Amazônia”, finaliza Curado.
Fonte: IPHAN RONDÔNIA
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