Quinta-feira, 9 de janeiro de 2025 - 19h02
Para ampliar o monitoramento
das arboviroses,
orientando a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica,
laboratorial, assistencial e ao controle de vetores, o Ministério da Saúde
anunciou, nesta quinta-feira (9), a instalação do Centro de Operações de
Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses. O
planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com
estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros
ministérios. Rondônia registrou dois casos prováveis de dengue na primeira
semana epidemiológica de 2025. No mesmo período de 2024, foram registrados 89
casos.
Outra resposta do Brasil para o
controle das arboviroses é o lançamento do Plano de Contingência Nacional
para Dengue, Chikungunya e Zika. A finalidade é garantir uma
preparação adequada para conter o avanço da doença. O novo plano revisa e
amplia a versão anterior, publicada em 2022, e busca reforçar as estratégias de
prevenção, preparação e resposta às epidemias de arboviroses. O documento
apresenta orientações para elaboração de planos regionalizados, estaduais e
municipais, que levem em consideração os cenários específicos do contexto
epidemiológico e dos arranjos socioambientais, incorporando experiências e
iniciativas locais e regionais.
Ação constante para controle das
arboviroses
Desde 2023, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento e
alerta quanto ao cenário epidemiológico no país, coordenando uma série de ações
para o controle das arboviroses em todo o território nacional.
A ampliação do uso de tecnologias de controle do vetor tem sido uma das
principais apostas do Ministério da Saúde. Entre as ações destacam-se:
·
Expansão do método Wolbachia, de
3 para 40 cidades até 2025;
·
Implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas;
·
Borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em áreas de grande
circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos;
·
Estações disseminadoras de larvicidas, com previsão de implantação de
150 mil unidades na primeira fase do projeto;
·
Uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitorar e
controlar a disseminação do mosquito;
·
No Distrito Federal, estão sendo instaladas cerca de 3 mil Estações
Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) na região do Sol Nascente, com expansão
prevista para outras áreas periféricas do país.
Ano passado, para conter o aumento
dos casos durante o período sazonal 2024/2025, o Ministério da Saúde reservou
investimento de R$ 1,5 bilhão em uma estratégia que inclui uso
dessas novas tecnologias, intensificação de campanhas educativas e outras
medidas estratégicas. A pasta também reforçou a colaboração tripartite com
governos estaduais e municipais.
Ainda como parte das ações para
conter os impactos das arboviroses, o Ministério da Saúde realizou, em
dezembro, o Dia D de Mobilização contra a Dengue,
uma iniciativa nacional que uniu Governo Federal, estados, municípios e a
população no controle da doença. A ação buscou conscientizar a sociedade sobre
a importância de medidas simples para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti,
principal transmissor da doença.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e a ministra Nísia Trindade lançaram o Plano de Ação 2024/2025 para
reduzir os impactos das arboviroses no Brasil. Desde setembro de 2024, estão em
implementação seis eixos de ação definidos pelo documento, elaborado em
parceria com instituições públicas, privadas e organizações sociais.
As iniciativas incluem:
·
Prevenção e vigilância;
·
Organização da rede assistencial com qualificação de profissionais para
diagnóstico e tratamento;
·
Mobilização e comunicação comunitária, considerando que 75% dos focos do
mosquito transmissor estão dentro das residências;
·
Recomposição dos estoques de inseticidas no início da gestão, em 2023.
Atualmente, 100% dos estados estão abastecidos;
·
Distribuição de mais de 3 milhões de testes para detecção de dengue e
outras arboviroses.
A aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025
também foi firmada, como estratégia complementar. Ainda não há doses
disponíveis em larga escala, pela limitação de produção do laboratório
fabricante, sendo a eliminação dos focos do mosquito a estratégia principal.
Até o momento, 5,5 milhões de doses já foram enviadas aos estados e ao Distrito
Federal.
O Ministério da Saúde reforça que a principal medida é a eliminação dos
criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a
Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar
possíveis criadouros.
Cenário epidemiológico nacional
Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6
mil óbitos, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do
Ministério da Saúde.
Até a quarta-feira (8), foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10
óbitos estão em investigação em 2025. Do total de casos, 50% estão concentrados
nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por
61,8% das ocorrências.
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