Domingo, 16 de novembro de 2008 - 07h05
Apolima-Arara denunciam saque de madeiras nobres em área localizada na fronteira do Acre com o Peru.
Chico Araújo
chicoaraujo@agenciaamazonia.com.br
CRUZEIRO DO SUL, AC — Milhares de metros cúbicos de mogno, cedro e outras madeiras de lei estão sendo retirados ilegalmente da área indígena Apolima-Arara, em Marechal Thaumaturgo (AC). A área alvo da ação dos madeireiros integra a Reserva Extrativista do Alto Juruá (Resex) que, após anos de estudos, foi considerada parte da terra tradicional dos Apolima.
Segundo os indígenas, o roubo de madeira — além da pesca e da caça predatória — aumentou depois de 15 de outubro de 2008, quando foi publicado no Diário Oficial o relatório que definiu os limites da terra indígena (21.720 hectares). Os moradores da Resex estariam participando dessas atividades ilegais.
Oficialmente, até agora, nenhum órgão ou pessoa contestou os limites publicados no relatório. Entretanto, moradores e a entidade que organiza a Resex fizeram diversas reuniões no último mês para discutir como questionar a inclusão de parte da Resex na área que deve ser demarcada como terra indígena. Famílias estariam sendo incentivadas a ocupar esta parte da Resex.
Hoje, o coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Acre, Lindomar Padilha, e o administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Rio Branco, Antônio Apurinã, estiveram com o procurador da República no Estado, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes. Eles solicitaram ao MPF uma ação de fiscalização da Polícia Federal (PF) na área até 14 de janeiro, quando termina o prazo para contestações ao relatório de identificação.
O cacique Francisco Siqueira, do povo Apolima, informou que eles estão tranqüilos e não vão reagir às ações de depredação ambiental. Preferem esperar a fiscalização da PF. Desde 1999, eles reivindicam a identificação da terra, onde, atualmente, vivem cerca de 180 famílias do povo.
Fonte: Chico Araújo - A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinão.
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