Quinta-feira, 20 de junho de 2024 - 13h02
A Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia
(Soph) está monitorando a situação da seca no Rio Madeira, para garantir a
operação de qualidade no Porto de Porto Velho. A Soph participa ativamente do Comitê da Crise Hídrica, criado pelo governo do estado
para monitorar os impactos e delinear as ações necessárias neste momento. Em 2023, a região Norte
enfrentou uma seca severa que alterou a dinâmica do transporte de cargas pelos
rios. Em Rondônia, a bacia do Rio Madeira foi afetada e houve limitação na
quantidade de cargas movimentadas.
Este
ano, pesquisas indicam que a estiagem será ainda mais severa.
Impulsionada pelo fenômeno conhecido por El Niño, e pelo período natural de
estiagem, a crise hídrica tem acendido o alerta da direção do Porto de Porto
Velho, que está agindo para mitigar os impactos nas movimentações pelo modal
aquaviário.
Em
outubro do ano passado, o Rio Madeira atingiu o menor nível registrado nos
últimos 50 anos: 1,10 m. Porém, as embarcações ainda puderam operar, seguindo
restrições para garantir a segurança na navegação. Para continuar a
navegabilidade, as cargas foram reduzidas para a metade do que é rotineiramente
transportado, e a Marinha proibiu a navegação noturna. Neste ano, a estimativa
do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), é
de que o rio atinja níveis inferiores aos registrados em 2023. No mês de junho
já está sendo possível observar esses números. Em 19 de junho de 2023, o rio
atingiu a marca de 9,9 metros; no mesmo dia deste ano, o rio alcançou a marca
de 4,17 metros.
DRAGAGEM
A
atuação ativa e próxima do Porto junto aos órgãos competentes, otimiza o tempo
para a resolução de problemas como a obstrução de passagem causada pelos bancos
de areia, como explicou o diretor-presidente da Soph, Fernando Parente:
“Através da autoridade portuária, buscamos informações a respeito dos autores
responsáveis pela manutenção da hidrovia do Madeira, como o Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que tem contrato com a
empresa que efetua a dragagem em pontos críticos da bacia. Assim podemos
entender o escopo de atuação e planejamento desse ano para dragagem, e se estão
surgindo novos pontos de ação para o serviço,” explicou.
Também
vem sendo feito um monitoramento junto aos operadores, à Federação Nacional das
Empresas de Navegação (Fenavega) e à Agência Nacional de Transporte Aquaviário
(Antaq), em relação ao status das movimentações e se já ocorrem agravamentos. Somado
a esses esforços, o porto também entrou em contato com a empresa que opera a
usina hidrelétrica no Rio Madeira para analisar a vazão de água e o impacto na
área anterior e posterior da barragem.
Como
o período mais intenso da seca não começou ainda, as empresas estão antecipando
as dinâmicas de transporte. O porto aguarda o posicionamento da Marinha em
relação aos procedimentos que geralmente ocorrem nesse período, como a
proibição da navegação noturna e outras medidas, para adequar o translado de embarcações
e cargas pelo Rio Madeira.
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