Sábado, 19 de janeiro de 2013 - 18h07
A reportagem é de Fabiano Ávila e publicado pelo Instituto CarbonoBrasil, 18-01-2013.
Em 2005 a Amazônia passou pelo que foi batizado de “a seca do século”. Não muito depois, em 2010, outra nova grande seca aconteceu. É claro que é esperado que durante os dois fenômenos a floresta sofra consequências. Porém, o que um novo estudo publicado nesta semana pela NASA alerta é que a floresta não se recuperou entre as duas estiagens. Assim, a agência aponta que há uma tendência de degradação na região e em uma área de 600 mil quilômetros quadrados isso já pode ser visto por satélites.
“Nossa grande surpresa é que os efeitos da seca persistiram bem depois de 2005. Esperávamos que a floresta se recuperasse um pouco a cada ano, mas não foi o que aconteceu. A degradação estava lá quando a seca de 2010 chegou e piorou ainda mais o quadro”, afirmou Yadvinder Malhi, pesquisador da Universidade de Oxford e um dos coautores do estudo.
Publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, o trabalho “Persistent effects of a severe drought on Amazonian forest canopy” (algo como, Efeitos persistentes da severa seca no dossel da floresta Amazônica), analisa mais de uma década de imagens de satélites coletadas desde 2000. As observações incluem medições da chuva e umidade, assim como dados sobre a composição e saúde do dossel da floresta.
Segundo os pesquisadores, a seca de 2005 causou mudanças generalizadas, como a morte e queda de galhos, especialmente entre as árvores mais antigas e maiores. Esses impactos persistiram até a nova seca em 2010, o que pode apontar uma tendência de transformação do ecossistema em longo prazo.
“Nossos resultados sugerem que se as secas continuarem acontecendo em intervalos de cinco ou dez anos ou, pior, aumentarem sua frequência graças às mudanças climáticas, grandes áreas da Amazônia sofrerão alterações em sua estrutura e função”, alertou Sassan Saatchi, da NASA e principal autor do estudo.
A causa da falta de chuvas é atribuída ao aumento da temperatura das águas do Atlântico. “É o mesmo fenômeno que contribuiu para os furacões Katrina e Rita também em 2005”, disse Saatachi. A elevação das temperaturas dos oceanos é uma das consequências mais esperadas das mudanças climáticas e está prevista nos relatórios do IPCC.
A taxa de secas na Amazônia durante a última década foi inédita em mais de 100 anos. Além dos grandes eventos de 2005 e 2010, a região enfrentou estiagens de menor porte praticamente todos os anos.
Observações das estações de monitoramento mostram que as chuvas sobre a parte sul da Amazônia diminuíram 3,2% no período entre 1970 e 1998. Análises climáticas apontam ainda que a disponibilidade de água para as plantas também caiu entre 1995 e 2005.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores utilizaram uma nova tecnologia chamada QuikScat, que é capaz de ver através de nuvens e ainda penetrar alguns metros na vegetação, possibilitando medições diárias do dossel e da presença de água. Para Saatachi, este novo estudo “pode acabar com uma controvérsia entre trabalhos anteriores, que divergiam sobre os impactos da seca na Amazônia”.
Imagem: Na esquerda, a extensão da grande seca de 2005 na Amazônia ocidental durante os meses de junho, julho e agosto conforme medida pelos satélites da NASA. As áreas mais impactadas são mostradas em vermelho e amarelo. A região circulada no painel da direita mostra a extensão da floresta que se recuperaram lentamente desde 2005, com as áreas em vermelho indicando as que menos se recuperaram / NASA/JPL-Caltech/GSFC.
Fonte: UNISINOS
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