Terça-feira, 10 de setembro de 2013 - 17h15
O povo PaiterSuruí conseguiu sequestrar até o momento 250 toneladas de carbono, dos quais a Natura comprou 120 toneladas. Segundo Almir, o seu povo tem ainda 130 toneladas que podem ser negociadas com outras empresas em igual situação. Até o fim do projeto, daqui a 20 anos, pretendem sequestrar um total de 7 milhões de toneladas de carbono.
O ato reuniu, na Câmara Municipal de Cacoal, o governador Confúcio Moura, a representante da Natura, Talia Bonfante, lideranças indígenas como o representante maior do povo PaiterSurui, Almir Surui, empresários e outros convidados.
Almir Suruí explicou que o “sequestro” do crédito de carbono para comercialização é feito da seguinte forma: “imagine uma empresa, uma fábrica, que gera muito gás carbônico e não consegue seguir as normas governamentais que proíbem o excesso de emissão. Pense em um povo indígena que preserva a floresta e suas matas ao ponto de poder garantir a produção de oxigênio, conhecida como ‘sequestro de carbono’, em uma quantidade tão grande que pode ser adquirida por aquela fábrica e repor a sua quota junto aos órgãos governamentais. É isso que a Natura está fazendo, comprando o que preservamos”.
Para chegar até este momento histórico, o povo Suruí teve que superar inúmeras dificuldades desde que foram contactados pelo sertanista da Funai, Francisco Meireles, no dia 7 de setembro de 1969. Após serem surpreendidos com o que chamam de “incompreensível sociedade dos brancos”, de terem que se adaptar ao novo relacionamento e de enfrentarem disputas territoriais com posseiros e garimpeiros, perceberam que somente usando a tecnologia do “branco” em substituição aos seus arcos e flechas, poderiam sobreviver e manter seu modo de vida e suas tradições.
Foi quando adotaram a tecnologia de georeferenciamento, internet, GPS e outras que serão utilizadas neste novo milênio. Abriram-se então as portas para um projeto autossustentável de 50 anos, que vai até 2030, em que os Surui passariam a usar sua maior arma paraprreservação dos ecossistemas, a natureza preservada.
Instituições governamentais e não governamentais deram o apoio e o amparo tecnológico necessário, para que este momento chegasse. Almir suruí admite que “somos o primeiro povo indígena do mundo a fazer este tipo de negociação da forma correta, respeitando a natureza, os preceitos jurídicos, sociais e políticos”.
O governador Confúcio afirmou que o “sequestro de carbono é um produto inovador. Eu pouco sabia a respeito, mas desde que passei a estudá-lo, percebi que podemos repicar este modelo de gestão do povo PaiterSurui, levando a experiência para os produtores rurais do nosso estado, em especial para os da agricultura familiar”.
Essa iniciativa inovadora do povo Surui, segundo ainda o governador, em sua sabedoria e percepção avançada de gestão da natureza, marca o início concreto da sustentabilidade de todos os povos indígenas e das reservas florestais do planeta”.
Confúcio agradeceu as palavras de Almir Surui, que frisou a coragem do governador em vir apoiando o projeto há 2 anos, e lembrou a força e a grandeza deste povo indígena quando resistiu bravamente às tentativas de invasão de suas terras e para mostrar ao mundo que a economia verde é hoje a principal moeda dos que moram na Amazônia. “Por isso somos vistos e respeitados em todo o mundo”.
Ao encerrar, Confúcio Moura explicou que “os Surui não têm só este projeto ambiental, pois eles estarão lançando brevemente mais dois: o Moribei-Piná (em tradução livre: Renascer dos peixes) e o Mangab (Castanha), que são duas marcas certificadas que vão ganhar o mundo e promover a todos nós”.
Fonte: Marco Aurélio Anconi
Foto: Marcos Freire
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