Quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024 - 16h07
Localizada a uma
curta distância da área urbana do município de Lábrea, no Sul do
Amazonas, a Terra Indígena Caititu está entre os territórios com maiores
índices de desmatamento na Amazônia. Realidade que reflete da diminuição
recursos como caças, peixes e plantas medicinais, que são de extrema
importância para as comunidades que habitam o território. Como alternativa de
proteção e sobrevivência, indígenas Apurinã da aldeia Novo Paraíso vem
promovendo, ao longo dos anos, ações de restauração das áreas degradadas e
inserção social e produtiva de mais de 30 famílias ligadas a Associação dos
Produtores Agroextrativistas da Comunidade Indígena Novo Paraíso - APACINP.
No final do ano de
2023, como forma de fortalecer e ampliar estas ações, a Ação Ecológica Guaporé
iniciou a execução do projeto de “Recuperação de áreas degradadas da
Aldeia
Novo Paraíso para
manejo e ampliação dos sistemas agroflorestais” em parceria com a APACINP, como
entidade implementadora, por meio do Projeto Floresta+ Amazônia na modalidade +
Comunidades. A iniciativa é uma realização do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
(MMA), com apoio do Fundo Verde para o Clima (GCF).
Nesta primeira etapa
do projeto, já foram entregues para a comunidade ferramentas e equipamentos
para manutenção dos Sistemas Agroflorestais já existentes, limpeza das áreas de
ampliação e a restauração de mais oito hectares de áreas degradadas, como
cavadeiras boca de lobo, pás, rastelos, picaretas, carrinhos de mão, machados,
roçadeira, motosserra, luvas, sacos de ráfia, equipamentos de proteção
individual, como perneiras e botas entre outros.
Estão previstos ainda
a aquisição de motocicleta, a construção de aviário, fornecimento de adubos e
sementes, além de disponibilização de horas máquina para preparação de área
para plantio, entre outros equipamentos e implementos para realização das
atividades produtivas e de restauração.
O projeto tem duração
total de dois anos e foi totalmente construído a partir das demandas e anseios
da comunidade. “A gente já vinha trabalhando com o reflorestamento e
precisávamos de apoio, foi aí que chegamos até a Ecoporé, que vai nos apoiar
nessa ação. Já recebemos os equipamentos e estamos prontos para trabalhar”,
relata a liderança indígena do povo Apurinã Marcelino Apurinã durante a entrega
dos equipamentos na aldeia Novo Paraíso.
Equipamentos de
escritório, como computador e impressora, e material de papelaria também estão
entre as aquisições, numa forma de apoiar e fortalecer a gestão da associação
pela comunidade e das próprias ações do projeto. “Esperamos, ao final, não só
aumentar a autonomia e a capacidade de ações para recomposição florestal da
comunidade, como também o fortalecimento da associação e o enriquecimento dos
Sistemas Produtivos Sustentáveis já desenvolvidos por eles há mais de 15 anos”,
finaliza Ana Paula Albuquerque, gerente de Educação da Ecoporé e coordenadora
do projeto.
Atividades formativas
sobre a importância dos SAFs para a segurança alimentar, acesso a políticas
públicas para aquisição de alimentos (PNAE, PAA, PRONAF, PREME),
Vigilância territorial = uso de GPS, realização de etnomapeamento,
sistematização de informações , coleta e armazenamento de sementes e a
recuperação de oito hectares de área degradada também estão entre as ações do
projeto.
Galeria de Imagens
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