Domingo, 22 de janeiro de 2012 - 09h20
O Brasil representa a maior reserva de água doce da Terra, em torno de 12% do total mundial. Entre outubro de 2003 e dezembro de 2004, o aviador Gérard Moss, junto com a esposa Margi, coletaram 1.160 amostras de água doce de rios e lagos espalhados pelo vasto território brasileiro, utilizando um método inédito: um avião anfíbio.
Em 2004, o projeto ganhou o Prêmio Ambiental Von Martius, na categoria Natureza, um belo reconhecimento da abrangência do empreendimento e o desafio de realizar tantos voos ousados. Os resultados das análises das amostras coletadas com tanta dexteridade ajudaram a desenhar um abrangente panorama da qualidade das águas do país para fins de alerta e conscientização.
Em 2001, Gérard havia realizado outro desafio aeronáutico - a primeira volta ao mundo de motoplanador (Projeto Asas do Vento). No Brasil das Águas, aproveitou novamente das asas para concluir outro projeto inovador. Preocupado com a degradação dos rios vistos de cima, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, ele idealizou uma forma de coletar amostras de água em voo rasante a bordo de um avião anfíbio. Após meses de consultas com cientistas e especialistas (veja Pesquisadores), e testes do aparelho, foram acertadas as pesquisas que determinariam a qualidade da água coletada.
Pesquisa e cidadania formam a base do projeto. Apoiado por instituições de ensino, pesquisa e empresas comprometidas com as questões ambientais brasileiras, Gérard e Margi Moss voaram 120.000 km – o equivalente a mais de duas voltas em torno da Terra – no avião anfíbio Talha-mar, transformado em laboratório aéreo, para coletar amostras em todas as regiões hidrográficas do país. As 1.160 amostras foram coletadas de 524 rios, lagos e reservatórios diferentes, sendo que mais do que uma amostra foi coletada de um número significante dos rios, devido à sua grande extensão (Amazonas, Paraná, Grande, Tocantins, Araguaia e São Francisco, por exemplo). O laboratório interno foi totalmente desenhado e montado pela própria equipe Brasil das Águas, com tecnologia 100% brasileira.
Baseado nos resultados obtidos pelas análises realizados por pesquisadores em várias instituições em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerias (veja Pesquisas), foi possível desenhar um mapa mostrando a saúde das águas doces no momento da coleta e identificar ambientes não contaminados para que possam ser conservados. Utilizando a mesma metodologia em todo o país, a comparação dos resultados ajuda a entender a situação atual dos recursos hídricos e contribuir para um extenso banco de dados sobre um dos maiores bens do nosso povo: a água.
Fonte: Projeto Brasil das Águas
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