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Meio Ambiente

O CAOS DA SECA


O período de estiagem na Amazônia só está começando e Rondônia apresenta dados preocupantes, antes só registrados em meados de setembro. A forte estiagem ainda prevista no inicio do ano pela população local, agora fica cada dia mais severa.


Daniel Panobianco -
Julho é mês de seca em grande parte da Amazônia. Na porção sul principalmente, que compreende os Estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre, o período de inicio da estiagem prolongada é marcado pela drástica redução no regime de chuvas e a secura espontânea do ar. É nesse período também que as queimadas - a maioria incontrolável - acontecem na região feita por agricultores intencionados na realização de limpeza do solo para a renovação de pastagens e a queima da floresta para a abertura da fronteira agrícola vista pelo governo local como a forma mais simples e barata de se promover o desenvolvimento dos Estados.

Em Rondônia, diga-se de passagem, ocorre um fato curioso. Segue o sábio pensamento de muitos representantes do governo local, que preferem lidar com questões burocráticas e liberar a queima das matas nas áreas de derrubada para seguir o livre desenvolvimento, a que fazer políticas mais construtivas de incentivo, fiscalização e autuação das irregularidades cometidas contra o meio ambiente.

Desde que o governo federal literalmente abriu as porteiras para que os migrantes sulinos adentrassem em solo amazônico - no então Território do Guaporé - esse lugar, assim como hoje ainda é conhecido mundialmente, como a triste marca da “terra de ninguém” ou “terra sem lei”, continua vago na visão de muitos aventureiros que se arriscam em vir para cá a procura de melhores condições de vida. Pois bem, não é um fato que aconteceu apenas no auge da borracha ou quando a nova fronteira agrícola invadiu a Amazônia sugando tudo o que de mais rico havia na região, onde hoje passa uma das veias do progresso rondoniense: A rodovia federal BR-364.
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Desmatamento na Amazônia, com queima de florestas intactas só acelera a degradação do solo, como o aumento de erosões.

Nos últimos vinte anos tem se notado fielmente quão pavoroso foi o poder de destruição da mata ao longo desta importante rodovia no Estado. Desde o seu inicio ainda no Cone Sul, região de Vilhena, até as proximidades da capital Porto Velho, às margens do rio Madeira, a rodovia BR-364 tornou-se a principal fonte de abertura e transformação de uma mata, antes rica em arborização e espécies de animais, com vastos e límpidos rios, em frágeis solos de cultivo de soja e áreas de pastagem para o gado.

O outro lado do avanço da fronteira agrícola em Rondônia, que há vinte anos os governantes sequer sonhavam que isso pudesse acontecer, é de que o solo da região amazônica é fértil, porém muito fraco e gasto. Desse ponto em diante deu-se a idéia de avançar floresta adentro, pois o impulso do grande desenvolvimento não pode parar. Na mesma trajetória que hoje segue a rodovia BR-364, a fronteira agrícola atravessa Rondônia e já chega ao sul do Amazonas e grande parte do Acre, com a cultura de soja e áreas de pastagens.

Quando tocamos agora no assunto clima, cuja atenção se volta para a população de todo o planeta Terra, com os dados alarmantes e catastróficos do aquecimento global, talvez essa mesma visão e sofrimento que já enfrentamos hoje não só em Rondônia, mas pelo mundo afora, com anomalias cada vez mais severas e intrigantes das condições climáticas, os nobres governantes e quem até hoje leva a bandeira do desenvolvimento hipócrita desse Estado, não tenham pensado no passado que fossem acontecer transformações em um período tão curto. Infelizmente elas estão ai, na nossa cara. As mudanças climáticas, não podem mais serem consideradas pela sociedade como um fato a se pensar daqui a vinte, trinta anos adiante. Seguimos agora, portanto, o que todo rondoniense enfrenta na pele, o ardor de uma mudança visível a olho nu, sem mais para averiguação e contestação de centros de pesquisas algum: A estiagem.

Pela regra geral da climatologia, se estabelece um prazo mínimo de trinta anos de pesquisas e coletas de informações, para se criar e tracejar as variáveis climáticas de uma determinada região. A última atualização da tabela climática brasileira foi realizada cerca de 15 anos atrás, quando muita coisa ainda estava no seu devido lugar.

Em Rondônia, a climatologia, da qual todos os centros de pesquisas seguem a risca os dados - para a comparação com as oscilações locais – está ultrapassada. Uma forma mais simples de compreender como o nosso clima mudou nos últimos anos e instituição alguma de pesquisas confronta dados para averiguação das verdades. Quem é nato desta terra, ou já vive aqui há mais de dez, quinze anos, sabe muito bem como o regime de chuvas era mais uniforme antigamente. Como o período de friagens seguia a risca as datas certas. As épocas de calor, de seca, tudo variava de acordo com as leis da natureza. Hoje, na atual realidade, você sabe ao certo em que estação estamos? Vivemos a primavera, outono, inverno e verão em menos de 24 horas. Quando estamos sob domínio de uma forte estiagem e calor tórrido, do nada começa uma copiosa chuva e a temperatura despenca. E ainda tem centro de pesquisas ditando a normalidade do clima em Rondônia e na Amazônia como um todo.

O período de estiagem, que vai de junho a outubro, também conhecido localmente como “verão amazônico” é sim marcado pela ausência completa de chuvas em muitas localidades, pelas altas temperaturas, valores assustadores, dignos de um deserto, no que se refere à umidade relativa do ar e o foco principal: As queimadas.
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Queimadas em vastas áreas de florestas para a abertura de campos de pastagem e cultivo de soja na Amazônia: Uma imagem muito comum a partir de agora na região.
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Antigamente, quando os primeiros povos aqui chegaram, o planejamento das culturas era programado de acordo com a data de cada estação. Raramente havia perdas consideráveis, quando uma anomalia mais intensa atingia a região. Hoje, levar em consideração as questões climáticas para o desenvolvimento e sobrevivência própria é mais arriscado do que qualquer outro meio de aposta. Prova das grandes transformações que vivemos no dia-a-dia. Qual instituição de pesquisas programava e alertava sobre a mais intensa estiagem ao atingir a Amazônia nos últimos 60 anos?

Na ocasião da terrível seca de 2005, que começou em abril e foi até meados de outubro, centenas de espécies de peixes foram dizimadas devido à seca quase que total de vastos rios e canais úmidos. Comunidades inteiras no interior da região ficaram isoladas sem locomoção, pois o único meio de transporte – o fluvial – não tinha mais a sua estrada natural dignas de escoamento. Quantas famílias ribeirinhas não passaram fome, a espera da misera ajuda dos governos para suprir suas necessidades?

Mas no Brasil, a corja da ignorante população segue a risca e ainda aplaude aqueles que julgam o poder de ajuda aos mais carentes. Diante de tamanha tecnologia empregada a emaranhados de aparelhos e centros de pesquisas, que se proliferam a cada dia País adentro, no caso da seca de 2005, todos foram pegos de surpresa. O que dizer de tantas siglas, com instituições, plataformas de coletas de dados espalhadas floresta adentro, se ao final em nada suprem as necessidades do seu povo local?
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A pior estiagem já registrada na Amazônia nos últimos 60 anos. Grandes rios viraram poças d’ água em pouco tempo.

A mesma desgraça ocorrida em 2005 na Amazônia começa a se refletir no sul da Região Norte, em especial o Estado de Rondônia. Qual centro de pesquisas veio a público conclamar aquilo que, ninguém mais que o povo residente desse solo, que vê a cada dia as águas baixarem ditar medidas, estratégias para no mínimo conter a situação de calamidade que se aproxima?

Pois é estamos no Brasil. A fiel ligação de tais centros de pesquisas com os poderes governamentais parece mais estar preocupada com o discurso de quem rege, com ações, medidas emergenciais de envio de cestas básicas, remédios, suprimentos necessários, para mostrar ao povo brasileiro que, diante de situações vexatórias, o governo sempre estará ali firme e forte atuante. Os mesmos centros de pesquisas mantidos e controlados pelo âmbito de cada governo, sejam eles federal ou estadual, em nada podem fazer antes que toda essa novela venha à tona novamente?

Ainda existem órgãos de pesquisas ditando que tudo está sob regra normal em Rondônia. Mais é claro que está, quando seguem uma regra de climatologia estabelecida há 15 anos, muita coisa tem que se postar como antes não é mesmo? Quantos agora já sofrem com o longo período de estiagem, isso pouco importa para os centros de pesquisas, o negócio é dar as mãos com o governo e depois ditar em ofícios encaminhados à imprensa, divulgando os dados finais do que agora começamos a enfrentar cara a cara.
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Mapa de dias secos colhidos por satélites pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No centro-sul de Rondônia, muitas localidades beiram 100 dias sem chuva.

Em quase 80% de todo o Estado de Rondônia, não há formação de nuvens de chuva há pelo menos 60 dias. A situação é mais critica nas regiões de Vilhena, Cacoal, Rolim de Moura e Ji-Paraná. Nessas regiões, além do próprio período de estiagem, que apenas está começando, os valores de umidade relativa do ar contribuem e muito para a secura do solo e consequentemente na proliferação dos focos de queimadas.

A média de umidade nos últimos cinco dias em Rondônia ficou abaixo de 20% no centro-sul do Estado, o que segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), já é um valor de risco, sendo considerado como ESTADO DE ALERTA.
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Média de valores de umidade relativa do ar dos últimos cinco dias no Brasil. Valores entre 20% e 30% se concentraram em grande parte do Estado de Mato Grosso, além do norte de Mato Grosso do Sul, sul do Pará e centro-sul de Rondônia.

O menor índice de umidade relativa do ar diário pertence ao município de Machadinho d’ Oeste, onde os dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) de Brasília revelaram níveis críticos de apenas 19% de umidade registrada no final de semana.

Pela regra estipulada, a OMS diz que, quando a umidade relativa do ar varia entre 20% e 30%, é decretado ESTADO DE ATENÇÃO. Entre 12% e 20%, ESTADO DE ALERTA. E abaixo de 12%, ESTADO DE EMERGÊNCIA. Muita gente não percebe, mas a baixa umidade do ar é capaz de provocar danos à saúde humana e até animal, desde um simples congestionamento das vias respiratórias, até uma parada cardio-respitatória. E é por esse motivo que a SEDEC (Secretaria Nacional de Defesa Civil), sempre emite alertas sobre os baixos valores de umidade relativa do ar, que conjugadas com a poluição das queimadas lotam hospitais de todas as cidades nessa época do ano. O menor índice de umidade relativa do ar diário registrado em Rondônia, pertence à cidade de Vilhena, que registrou apenas 09% de umidade no ar em setembro de 1984 durante uma forte estiagem.
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Risco de queimada estipulado pelo INPE. Quase todo o Brasil apresenta níveis críticos de proliferação de queimadas, assim como 100% do território rondoniense.

Entre os meses de julho, agosto e setembro ocorre o ápice de queimadas na região. Em todo o Estado, os focos observados nos últimos anos levam a crer que as políticas de fiscalização, na maioria das vezes, em nada têm poder de atuação. Como fiscalizar uma área de derrubada, por exemplo, se o próprio governo local investe e incentiva produtores a derrubarem a floresta para o então desenvolvimento do Estado? A mesma forma de pensamento ocorrida erroneamente no passado se repete agora em Rondônia. O que interessa ao governo é o saldo final positivo na balança comercial, os avanços, as novas tecnologias que aqui se instalam. Se ao mínimo trabalhassem unidos entre um desenvolvimento programado e a preservação de áreas públicas de floresta, aquelas protegidas por leis, nenhum impasse estaria ocorrendo agora entre o governo do Estado e muitos centros de pesquisas e defesa do meio ambiente. Nesse ponto crucial vale destacar que muitas ONGs (Organizações Não-Governamentais) estão instaladas em Rondônia apenas para sugar o repasse de verbas do governo e frear a construção de obras importantes para um outro tipo de desenvolvimento, aquele programado, planejado, como no caso mais atual, a construção das hidrelétricas no Madeira. O que esbarra agora a construção das usinas não é estudo sem dados comprovados de impacto ambiental e sim, ONGs penetradas em Rondônia, que, além de receber verba pública do governo federal, o maior interessado na construção das usinas, gozam a cara dos mesmos governantes, pois em questão do meio ambiente elas – as ONGs – tem maior poder de abrangência. Seria um importante fato a pensar, não só em tempo de seca em Rondônia, quando a derrubada da floresta é assunto de pauta quase que diariamente, como também na atuação dessas ONGs, algumas com nome de peso a nível mundial e que simplesmente travam o desenvolvimento do Estado.
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Rio Machado em Ji-Paraná, sentido Machadinho d’ Oeste. O maior rio da região central de Rondônia está 4 metros abaixo da média normal para esta época do ano.

Também é do saber de muitas siglas de defesa do meio ambiente, ou que pelo menos intitulam ser, a atual realidade dos rios da região. Com o agravamento da estiagem, que vai até meados de outubro, muitos rios, ricos em deságüe natural já estão com níveis muito preocupantes. Nessa citação vamos colocar dados de três importantes rios em Rondônia. O rio Madeira, que margeia o norte do Estado, incluindo a capital Porto Velho, o rio Guaporé, que faz divisa entre Rondônia e a Bolívia, no município de Costa Marques e o rio Machado, que tem sua formação ainda no Cone Sul do Estado, entre os municípios de Vilhena e Chupinguaia e tão logo atravessa a região central sobre o município de Ji-Paraná.

Os dados preocupantes desses três grandes rios dão uma breve noção de como está o inicio da estiagem em Rondônia e que os centros de pesquisas teimam em dizer que tudo anda dentro da normalidade. Segundo dados da Capitania dos Portos de Porto Velho, o nível do rio Madeira já desceu do final de maio até esse inicio de julho, cerca de 6 metros, saltando de 14 para 8 metros apenas. Muitas embarcações que seguem caminho rumo a Manaus e possuem apenas o rio Madeira como linha de tráfego, já encontram gigantescos pontos com montantes de areia e pedras ao longo do caminho, o que, além de atrasar o escoamento de mercadorias, oferece riscos a quem faz do Madeira, seu trabalho diário e meio de transporte mais barato.

Ainda em 2006, quando o nível do rio desceu mais de 8 metros próximo a Manicoré, no Amazonas, diversos produtos faltaram em Rondônia, como no caso o cimento de argamassa, que possui apenas o destino Porto Velho - Manaus de abastecimento na capital rondoniense. Esse ano, o que muitos ainda não fizeram os cálculos, é que se uma estiagem mais alongada vier a ocorrer nos próximos meses, e ao que tudo indica que vai mesmo acontecer, o desenvolvimento, principalmente com a construção civil estará limitada em Rondônia. Nisso a população local também tem que levar em consideração, pois a mesma cena, e ainda que em um período curto de estiagem ano passado, o setor de construção civil de Rondônia amargou grandes prejuízos. Muito pior para quem vive única e exclusivamente do rio, ou melhor, tira o seu sustento dele. Esse é o caso de moradores ribeirinhos do rio Guaporé, no oeste do Estado. As águas do Guaporé desceram a tal ponto, que enormes bancos de areia já são visíveis onde até então, esse fenômeno só ocorria ao término da seca na Amazônia, entre setembro e outubro. Mas calma lá, ainda estamos começando o mês de julho e todos são sábios de que nos próximos três meses não entra nada de chuva na região. É nessa mesma área, um pouco mais acima, que o rio Guaporé, em conjunto com outros rios bolivianos forma um outro importante meio de sobrevivência do povo amazônico. O rio Mamoré. Logo na altura de Guajará-Mirim, em Rondônia e Guayaramerim em solo boliviano, muitas barcaças já estão atracadas no porto, pois a profundidade não mais suporta o tamanho de certas embarcações. Um dos principais pontos turísticos de Rondônia, o rio Mamoré em Guajará-Mirim está minguando a pequenas cachoeiras e o comércio local já faz as contas dos prejuízos com o longo período de estiagem que se aproxima. Em anos de seca prolongada e severa em Rondônia, o turismo sofre de imediato, pois pedra no lugar onde deveriam existir corredeiras fortes de água, isso vemos em qualquer outro ponto já perdido do planeta.
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Visão apocalíptica, porém verdadeira de rios na Amazônia que minguaram a fios d’ água na terrível seca de 2005. Em Rondônia, a situação segue para o mesmo caminho.

A mesma preocupação com a navegação e o sustento de muitas famílias acontece no rio Machado, entre Pimenta Bueno, região centro-sul e o seu encontro com o rio Madeira, no nordeste do Estado, próximo ao distrito de Calama. Até chegar junto as águas do Madeira, o rio Machado faz um longo percurso passando pelos municípios de Cacoal, Presidente Médici, Ji-Paraná, Vale do Anari, Machadinho d’ Oeste e mais ao fim, em Porto Velho. Nos seus quase mil quilômetros de extensão, as águas do Machado são fontes de sobrevivência de pelo menos oito comunidades indígenas e uma centena de povoados espalhados floresta adentro.

O mesmo fator tocante comentado no inicio, sobre os povos que sofreram com a seca de 2005 no Amazonas parece ser copiada com o rio Machado em Rondônia. Quem passa sobre a ponte em Ji-Paraná, logo percebe quão raso está o rio. As pedras maiores e mais robustas, que antes só apareciam em setembro, já mostram a realidade de a quantas anda a seca este ano. O rio Machado atinge nesse mês de julho, a menor cota desde 1984, quando a mesma estiagem que baixou a umidade para apenas 09% em Vilhena, também acelerou no decréscimo dos rios locais. Até mesmo no auge da seca do ano retrasado, as águas do Machado não eram tão baixas, a ponto de barcos ficarem encalhados ao longo do rio. Entre Ji-Paraná e Machadinho d’ Oeste, um outro importante ponto turístico de Rondônia, os peixes começam a ficar isolados em meio aos igarapés e lagos formados durante o período chuvoso na Amazônia. Muitas espécies, antes encontradas em qualquer lugar do rio nessa mesma época do ano, agora custam a aparecer até mesmo nos pontos onde a água ainda tem lá o seu valor considerável.

Diante de tantos dados, tantas imagens e comprovações do que ninguém melhor que a população de Rondônia, em ditar o período de estiagem que já enfrentamos na região, a parte de súplica agora se volta aos governantes, às autoridades competentes, que dobrem suas atenções para este povo, que mesmo cometendo alguns deslizes com o meio ambiente, necessita mais do que nunca desse bem essencial à vida e gerações futuras: A água.

Medidas de conscientização, de reeducação do povo local estão sendo tomadas e as pessoas estão respondendo ao tom de que, antes tarde do que nunca, estão aprendendo a lidar com tamanhas transformações da natureza. A nossa transformação de hoje, no presente, se faz necessária que prossiga no amanhã. Que os erros cometidos no passado não venham a se repetir agora, em um momento onde todos, independente de raça, religião e cultura estão dando mais atenção ao assunto aquecimento global! Demorou bastante, muita coisa já foi perdida no passado, mas se você parar por um minuto e prestar bem a atenção, tudo o que há na natureza se renova. Assim como as folhas de caem, outras tantas irão aparecer, assim como as águas turvas e poluídas, com o passar do tempo, sem interferência alguma do homem, elas retornarão límpidas como no inicio. O que não só o povo local, mas as autoridades em si, governantes, tantos centros de pesquisas aqui instalados voltem suas atenções para esse lugar, pois em meio a tantas visões de desaparecimento de espécies e agora com a secura de grandes rios e até falta de água potável em muitas cidades, se Rondônia não tomar medidas urgentes e concretas, que não fiquem apenas em meras páginas de papel, um grande colapso climático estará tão breve a caminho. Todas as visões vistas anteriormente estão se repetindo, cabe agora a boa vontade de cada cidadão brasileiro, cidadão rondoniense tomar por fonte de inicio em suas benfeitorias.

Dados: CPTEC/INPE – INMET – SEDEC – OMS – SIPAM/Manaus – Capitania dos Portos de Porto Velho – Corpo de Bombeiros de Ji-Paraná, Cacoal, Costa Marques e Guajará-Mirim – EMBRATUR

Fonte: De olho no tempo – Rondônia –
wwwdeolhonotempo.blogspot.com
 

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SECA: Tragédia amazônica

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