Sábado, 9 de março de 2013 - 19h50
Manaus - Na região onde as vias fluviais transportam mais de um milhão de pessoas e 670 mil toneladas de cargas por mês, a preservação da bacia hidrográfica ultrapassa as questões ambientais. Com a construção de novos portos e hidrovias no Amazonas, o cuidado com o uso da água ganha ainda mais destaque, atingindo o contexto econômico e social.
Segundo dados no Ministério dos Transportes, 14,2 milhões de passageiros navegam pelas hidrovias amazônicas anualmente. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) identificou 222 linhas exploradas regularmente por 420 embarcações nos Estados do Pará, Amapá, Rondônia e Amazonas. Aqui na capital, o Porto de Manaus e Porto da Manaus Moderna, no Centro, concentram embarques e desembarques para quase 100 destinos, de domingo a domingo.
Com o investimento dos governos federal e estadual em infraestrutura no Amazonas, o fluxo de pessoas e cargas nas hidrovias vai subir. Hoje, existem projetos de hidrovia e 17 portos em construção no interior do Estado. As obras devem ser inauguradas entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2014, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Diante da perspectiva de desenvolvimento e expansão, o ambientalista Diego Brandão analisa que para o crescimento sustentável é fundamental que o poder público trace ações além das obras de engenharia nas margens dos rios. Ele avalia que é importante estruturar as cidades para não influenciar negativamente a qualidade de vida dos seus habitantes, flora e fauna com o consequente crescimento populacional e econômico que se anuncia.
Brandão observa a necessidade de conscientização da população que utiliza o transporte fluvial. O ambientalista reafirma a importância dos programas de educação ambiental dentro das embarcações e nos portos. “Esta é uma alternativa para criar junto aos passageiros uma nova relação com o rio, mais harmônica e consciente”, disse.
Rio Madeira
O diretor-geral do Dnit, general Jorge Fraxe, informou que a hidrovia do Rio Madeira deve começar a funcionar ainda este ano. A obra já recebeu licença ambiental do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e agora o órgão prepara licitação para escolha da construtora. “Temos um plano de dragagem e contenção de margem. Faremos um trabalho de engenharia no rio para tornar possível a navegação no Madeira o ano inteiro, dando sustentação a atividade econômica da região”, disse o general.
Para o general, a hidrovia no Rio Madeira será um exemplo de investimento em infraestrutura sem atentar contra a vida aquática. Fraxe afirmou que o custo da obra ainda não está totalmente orçado, porque é resultante da análise das condicionantes ambientais.
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