Segunda-feira, 19 de julho de 2021 - 22h47
Em toda a Floresta
Amazônica, com maior frequência no Pará, Amazonas, Rondônia e Acre, existe uma
majestosa planta que pode chegar a 30 metros de altIra e que possui um dos mais
poderosos óleos medicinais do Planeta: trata-se da copaíba, pertencente à
família das Leguminosae, gênero Copaífera.
A origem do nome parece
ter vindo do Tupi “Cupa-Yba” (árvore de depósito).
O óleo de copaíba foi
citado pela primeira vezes em 1534, quando fora publicada em Estrasburgo
(França) uma carta enviada por Petraus Martins ao Papa Leão X, em que narrava
que “os nativos brasileiros usavam um óleo de forte odor para a cura de
ferimentos e outras doenças e que a chamavam de “kope’i”.
Em 1560, o padre jesuíta
José Acosta, em uma de suas publicações, registra que
os nativos usavam um óleo
que tinha um grande poder de cicatrização e cura. Junto com a mensagem, mandou
uma amostra do óleo vegetal. Porém, afora a medicina local, a ciência da época
não acreditou nas propriedades milagrosas da planta e o fato é que o óleo da
copaíba permaneceu hibernando ao largo da ciência por mais alguns séculos.
Na década de 1960,
pesquisadores tiveram um contato mais próximo com o óleo vegetal e depois de
vários estudos, pesquisas e depoimentos de nativos, descobriram que o óleo de
copaíba é composto por cerca de 80% de ácido diterpênico, e o restante por
outros ácidos que ajudam na cicatrização de ferimentos. Tem propriedades
antimicrobianas, antiinflamatórias e anti-neoplásicas e já está sendo usado na
odontologia (composição de cimentos endodônticos e na prevenção e combate
de doença periodental).
A performance industrial
da copaíba tem sido desde então surpreendente: em recentes pesquisas, a ciência
aplicada à indústria de perfumarias e cosméticos descobriu que o óleo da
copaíba é um excelente fixador de odores e já está na composição de inúmeros e
caros perfumes, como também, devido às suas propriedades emolientes,
bactericidas e anti-inflamatórias, na fabricação cremes, sabonetes, xampus e
amaciantes de cabelos, anti-acne e ceras depilatórias.
E não para por aí: já foi
incorporada à produção de diversos tipos de tintas, vernizes, solventes e
tinturas para porcelana. É aditivo na confecção de borracha e inúmeros outros
produtos sintéticos.
Embora seja presente em
quase todo o Brasil, além da Bolívia, Peru e parte da Argentina, a copaíba
ocorre com maior frequência na Floresta Amazônica, de onde é exportada para
laboratórios farmacêuticos e de cosméticos dos Estados Unidos, França, Alemanha
e Inglaterra.
Melhor seria,
evidentemente, que a indústria nacional de mãos dadas com a pesquisa
científica, transformasse o óleo de copaíba extraído da Amazônia em artigos de
consumo, exportando para todo o resto do Brasil e para o exterior o produto
final com alto valor agregado, melhorando a renda e a qualidade da vida da
população.
Ainda assim, é melhor do que
desmatar mais florestas na busca por espaços rurais para as necessidades de
todos quantos pretendem explorar a pecuária e a sojicultura, ou mesmo a
mineração, uma vez que a exportação de produtos nativos com alto valor permite
manter a floresta em pé e a economia circular que sustenta as populações
tradicionais, evitando transformar todo o solo da Amazônia em commodities, o
que causará uso excessivo de água e alto desgaste da imagem do Brasil no
exterior.
A copaíba é apenas uma de
tantas riquezas naturais da floresta amazônica que são subvalorizadas por parte
do setor do agronegócio e da mineração, que sem dúvida alguma, têm grande
importância na economia do país, especialmente no que tange às exportações, mas
por receberem fortes apoiamentos políticos e da sociedade, podem conduzir,
mesmo não desejando isso, o nível de desmatamento da região ao chamado pinto de
não retorno.
O óleo da copaíba, como
outros produtos da floresta de alto valor de exportação, é um ingrediente
importante na manutenção da cultura dos povos da Amazônia e no desenvolvimento
da economia circular na região.
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