Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Organizações vão monitorar desmatamento na Pan-Amazônia


Luana Lourenço
Enviada Especial*

Agência Btasil, Belém (PA) - Um grupo de organizações não governamentais (ONGs) vai começar a monitorar o desmatamento na Pan-Amazônia. Os primeiros mapas, com informações sobre o estado da floresta em 2000, 2005 e 2010, serão apresentados em até três meses. O monitoramento vai permitir uma visão integrada das pressões que ameaçam a floresta nos nove países que compartilham o bioma.

A iniciativa é uma parceria entre o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), reconhecido pelo monitoramento do desmate na Amazônia brasileira, a Articulação Regional Amazônica (ARA) e a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Referenciada (Raisg).

“Os dados hoje são uma colcha de retalhos. É preciso ter uma radiografia integrada”, avaliou o pesquisador sênior do Imazon, Carlos Souza.

O monitoramento regional deve permitir um diagnóstico das pressões sobre o bioma, que não se limitam às fronteiras nacionais e têm impactos sobre toda o ecossistema. “Não existem várias amazônias, existe uma só. O futuro na Amazônia brasileira está intimamente ligado ao da Amazônia andina. É uma só bacia, se o Peru e o Equador não cuidarem da parte alta da bacia, os prejuízos também serão do Brasil”, ponderou o presidente da Fundação ProNaturaleza, do Peru, Marc Dourojeanni.

O Brasil, que abriga mais de 64% do bioma, ainda é de longe o país que mais desmata a Floresta Amazônica, mas dados recentes mostram que o desmatamento nos países andinos tem aumentado em ritmo muito maior que no Brasil, principalmente na Bolívia e no Equador.

“É uma região que não está isolada, os limites políticos são importantes, mas o ecossistema está integrado. O que acontece nos Andes, na cabeceira dos rios, vai ter impacto direto aqui no Brasil”, acrescentou Souza, do Imazon.

A partir dos mapas de referência, será possível planejar a implementação de um monitoramento periódico de toda a região, como o Imazon faz no Brasil com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). A ONG divulga relatórios mensais do desmatamento na Amazônia, de forma paralela ao levantamento oficial feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo Souza, o grande desafio para dar escala às ferramentas e garantir que o monitoramento seja constante é o financiamento. “O desafio não é mais técnico, é operacional. Para transformar essas ações em projetos operacionais é preciso ter garantias financeiras para isso. Há custos para se ter um laboratório minimamente equipado, contratação de técnicos, pessoal para ir a campo”, listou.

A parceria das ONGs antecipa uma iniciativa da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que tem negociado o compartilhamento de metodologias brasileiras de monitoramento de desmate com países amazônicos vizinhos. A iniciativa pretende pleitear recursos do Fundo Amazônia para financiar o projeto.

A discussão de estratégias integradas para a Amazônia é um dos focos do debate do encontro Cenários e Perspectivas da Pan-Amazônia, organizado pelo Fórum Amazônia Sustentável, em Belém.

*A repórter viajou a convite do Fórum Amazônia Sustentável // Edição: Juliana Andrade

Gente de OpiniãoTerça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Rondônia é líder em controle de desmatamento na Amazônia Legal, destaca Ministério do Meio Ambiente

Rondônia é líder em controle de desmatamento na Amazônia Legal, destaca Ministério do Meio Ambiente

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do Governo Federal, publicou nesta semana levantamento que mostra os índices de desmatamento em to

Operação “Silentium et Pax” do Batalhão de Polícia Ambiental reprime poluição sonora em Porto Velho

Operação “Silentium et Pax” do Batalhão de Polícia Ambiental reprime poluição sonora em Porto Velho

Em uma ação estratégica para garantir o sossego e a qualidade de vida da população, o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) deu andamento à Operação “

Cremero implanta práticas internas entre colaboradores para incentivar a sustentabilidade

Cremero implanta práticas internas entre colaboradores para incentivar a sustentabilidade

Como órgão público, é dever garantir que as atividades e decisões impactem positivamente a sociedade e o meio ambiente. Esta é uma das premissas que

Porto de Porto Velho faz reconhecimento de pontos críticos no Rio Madeira

Porto de Porto Velho faz reconhecimento de pontos críticos no Rio Madeira

Com o objetivo de fazer o reconhecimento visual de pontos críticos do Rio Madeira, a diretoria do da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Ro

Gente de Opinião Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)