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Pantanal está pegando fogo




Quinze homens foram enviados ontem pelo Corpo de Bombeiros ao Parque Estadual Encontro das Águas, próximo ao município de Barão de Melgaço (a 113 quilômetros de Cuiabá) na região do Pantanal, ameaçado desde o início do mês por focos de incêndio. Um sobrevôo na região realizado nesta quarta-feira constatou que o fogo se alastra rapidamente, e com intensidade proporcionada pela secura da vegetação nesta época.

O combate ficou previsto para começar na manhã de hoje. Porém, o tenente-coronel dos bombeiros, João Rainho Júnior, informou que já houve algumas tentativas isoladas de contenção. Exemplo disso foi a atitude de alguns exploradores do turismo ecológico. No entanto, só os bombeiros estão equipados para combater as diversas frentes, resultantes da junção de 34 focos de incêndio subterrâneos.

Por enquanto, não é possível estimar o tamanho do estrago na vegetação. Rainho explica que isso se deve ao alastramento muito dinâmico do fogo, o que só permite uma noção dimensional realizada por imagens de satélite. A falta de chuvas transformou a paisagem do local. O típico alagamento da planície simplesmente desapareceu. "O Pantanal está seco. Não tem mais os espelhos d'água que a gente costumava ver nessa época ao sobrevoá-lo. E os prognósticos de chuva são poucos", comentou Rainho.

As fazendas da região pantaneira servirão de base para a operação de combate no Parque, cuja área é de 108.900 hectares. A equipe de bombeiros deve ser levada do hotel Porto Jofre e, de lá, seguir de barco para as fazendas próximas das principais frentes de incêndio.

Rainho relata que o sobrevôo na região pantaneira identificou não somente os focos de incêndio no Encontro das Águas, mas em áreas como as de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). A explicação mais comum para o fogo nesta época do ano são as descargas elétricas, que encontram a vegetação seca da planície pantaneira como combustível.

Foi deste tipo o primeiro incêndio do ano no Pantanal, parte dele exatamente no Parque Nacional. Na primeira semana de janeiro, aproximadamente 7 mil hectares foram devastados em duas frentes, uma na Baía do Burro e outra próxima ao rio Caracará, na região do município de Poconé (a 104 quilômetros da Capital), fronteira nordeste do Parque.

No caso deste primeiro incêndio, ficou a cargo da própria natureza apagá-lo. Na ocasião, o coordenador estadual do PrevFogo, Rodrigo Falleiro, explicou que a atuação dos brigadistas se limitaria ao monitoramento do incêndio devido, entre outros, à impossibilidade de acesso à área atingida e à própria capacidade da natureza de reverter a situação. Hoje, o fogo persiste, mas grande parte de suas frentes foram apagadas pelas chuvas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a probabilidade mínima de chuva em todo o Centro-Oeste até meados da próxima semana é de 50%.

Fonte: De Olho no tempo/Diário de Cuiabá

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