Quarta-feira, 27 de agosto de 2008 - 21h39
A diferença da temperatura observada entre as Zonas Sul e Norte da capital chegou a quase 2°C. Prova da existência da "ilha de calor" na cidade.
Daniel Panobianco – Porto Velho bateu um novo recorde de calor nesta quarta-feira. A maior temperatura do ano chegou a 37,5°C às 16 horas (local) na estação do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) instalada na Zona Sul, próxima ao Aeroclube de Rondônia e rodovia BR-364, sentido Cuiabá. A maior temperatura nesta estação até então era de 37,1°C registrada na última segunda-feira, 25.
Em outro ponto de coleta de dados, na estação meteorológica do Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira de Oliveira, sob responsabilidade da REDEMET (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica), a máxima chegou a 36°C, abaixo do recorde anual de 37°C observado no dia 23 de agosto.
No Centro da cidade, termômetros de rua chegaram a indicar até 39°C. Mesmo não sendo dados oficiais e confiáveis, os aparelhos espalhados nas ruas e avenidas apontaram a justificativa para tanto desconforto do portovelhense na tarde desta quarta-feira.
A cidade, apesar de ser nova, está crescendo rapidamente, ainda mais agora com a construção de duas grandes usinas hidrelétricas no rio Madeira, o que atrai ainda mais moradores e investidores de todo o Brasil. Apesar de estar situada dentro da região amazônica, a cidade dispõe de pouquíssimas áreas verdes, fundamentais para o equilíbrio térmico de uma região. Até mesmo para o bem-estar da população, que não dispensa uma boa sombra em dias de calor latente. O crescimento vertical aliado ao asfaltamento de ruas e avenidas e cada vez mais a retirada de áreas verdes de dentro da cidade vem agora como resposta, com a chamada "ilha de calor", onde em uma mesma localidade, de proporções não tão grandes, a diferença de variáveis é cada vez maior, principalmente de temperatura e volume de chuva.
O Centro da capital está cada vez mais quente e mais seco, prova de que a velha climatologia, utilizada pelos institutos de pesquisas, com base mínima de 30 anos de dados avaliados, já não cabe mais para posteriores explicações. Ditar a média de chuva, por exemplo, que cai em um determinado local e dizer que ela – a média - é de vários milimetros acima, torna-se horrendo, pois todos sabem que as transformações ao longo dos últimos anos foram gigantescas e comparar o presente com o passado já não faz mais parte de uma linha definida.
Dados: INMET – REDEMET
Fonte: De olho no tempo
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