Segunda-feira, 13 de dezembro de 2010 - 16h41
Vinicius Konchinski
Agência Brasil. São Paulo – O aumento de 17% no preço da carne bovina no mercado internacional alavancou o crescimento das exportações brasileiras do produto em 2010. Com a alta da carne, apesar da redução da quantidade vendida, o valor das exportações do produto deve crescer 18% neste ano ante o resultado de 2009.
A projeção foi feita hoje (13), em São Paulo, pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli. Ele afirmou que as exportações de carne brasileira devem fechar o ano perto dos US$ 5 bilhões (cerca de R$ 8,5 bilhões). Em 2009, a exportação foi de US$ 4,1 bilhões (R$ 6,95 bilhões atualmente).
A previsão de Camardelli tem como base os últimos números sobre exportações contabilizados pela Abiec. Esses dados já apontam a tendência de redução do volume de exportações. Porém, indicam o aumento no preço da carne e, em consequência, os ganhos dos exportadores brasileiros.
Segundo a Abiec, no acumulado janeiro a novembro, o valor das exportações cresceu 19% na comparação entre 2009 e 2010. Passou de US$ 3,7 bilhões para US$ 4,4 bilhões. Já o preço médio da carne passou de US$ 3,2 mil por tonelada para US$ 3,8 mil durante o mesmo período.
“Quem faz o preço é o mercado”, disse Camardelli sobre a alta da carne. “A demanda aumentou e a oferta diminuiu. A alta foi natural.”
Esse aumento no preço acabou compensando a queda de 2% da quantidade de carne exportada pelo país. Nesses 11 meses, as vendas para fora caíram de 1,61 milhão de toneladas para 1,59 milhão de toneladas de acordo com a Abiec.
“O que mais interessa é a receita”, ressaltou Camardelli. “O mais importante é que o valor das exportações continue crescendo. Este ano, conseguimos recuperar alguns mercados perdidos na crise de 2008.”
Camardelli disse ainda que o mercado para a carne do país ainda tem muito a se expandir. A Abiec confia no fim das restrições às exportações brasileiras para a Europa e Estados Unidos. Também trabalha para crescimento em países da África, Oriente Médio, além de China e Cuba.
Camardelli afirmou também que, para o ano que vem, o valor das exportações deve ficar entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,5 bilhões.
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