Quarta-feira, 25 de setembro de 2024 - 17h48
Na última
terça-feira, 24, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia
(FIERO), Marcelo Thomé, também presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente
e Sustentabilidade (COEMAS) da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
destacou a crítica situação da seca no rio Madeira durante a 138ª reunião do
COEMAS, levando ao centro do diálogo a paralisação histórica do principal porto
de Porto Velho, um reflexo direto da crise hídrica que afeta a região.
Thomé
enfatizou que a crise não é um evento isolado, mas resultado de anos
consecutivos de chuvas abaixo da média, o que torna a Amazônia cada vez mais
vulnerável. "Estamos enfrentando um cenário crítico, em que o período de
chuvas não atingiu o mínimo necessário", afirmou.
Gilberto
Maciel, diretor comercial da Companhia Norte de Navegação (CNN), relatou que a
empresa, que normalmente opera com balsas semanais partindo de Porto Velho,
suspendeu as embarcações há duas semanas. Para preservar os empregos, a empresa
optou por férias coletivas, enquanto teme os impactos financeiros da
paralisação. "Estamos sem condições seguras de navegação; algumas de
nossas balsas estão encalhadas. Para evitar a perda de pedidos, alguns clientes
estão optando por transportes rodoviários para Santos, o que encarece significativamente
a logística", comentou.
Contudo,
apesar do nível do Madeira ter chegado a uma marca crítica em algumas regiões
como em São Carlos e Humaitá, em outros locais ainda há navegabilidade e um
número reduzido de portos em operações, segundo Wescley Ferreira, chefe da
Unidade Regional da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) em
Porto Velho. De acordo com Ferreira, isso acontece porque, no calado do rio o
nível da água está em cerca de 1,70 metros e as embarcações conseguem operar
com até 1,50 metros.
“Apenas
seis dos quatorze portos da cidade estão em operação, e a previsão é que, sem
chuvas, até 15 de outubro todas as atividades hidroviárias possam ser
suspensas. Atualmente, as embarcações estão operando com apenas 40% da
capacidade”, explicou Ferreira.
A ANTAQ
está monitorando a situação e busca auxiliar os navegadores para minimizar
interrupções. A hidrovia do Rio Madeira é considerada uma das mais importantes
da Região Norte e é fundamental para o escoamento de grãos.
A FIERO
tem acompanhado atentamente a crise hídrica e as queimadas em Rondônia,
mobilizando diversos setores para colaborar em uma agenda de enfrentamento. O
objetivo é construir um plano de adaptação que aumente a resiliência do estado
e mitigue os efeitos das mudanças climáticas, que tendem a impactar ainda mais
o setor produtivo.
A FIERO
reforça seu compromisso em colaborar com soluções levando essa pauta para o
diálogo em âmbito nacional junto a CNI, buscando soluções que garantam a
conservação ambiental e a continuidade da produção, por meio de um esforço
conjunto entre o setor público, privado e a sociedade.
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