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Meio Ambiente

Produção orgânica demanda manejo adequado


  
Por Christiane Rodrigues Congro Bertoldi, da Embrapa

No ultimo dia, quinta-feira (19 ), de atividade do I Simpósio sobre Produção Orgânica: Frutas e Hortaliças e o I Seminário Técnico Internacional em Agroecologia, realizado na Embrapa Clima Temperado os participantes conheceram diversos aspectos relacionado ao manejo em sistemas de produção orgânica.

Dentre as diversas palestras, destaca-se a proferida pela pesquisadora da Embrapa Clima Temperado e coordenadora do evento, Ângela Diniz Campos, que falou sobre produtos alternativos que podem ser utilizados para a produção orgânica.

“A planta será atacada somente quando seu estado bioquímico, determinado pela natureza e pelo teor de substâncias nutritivas solúveis, for correspondente às necessidades de alimentação da praga ou do patógeno, conforme a Teoria da Trofobiose, de 1967, porém tão atual até os dias de hoje, principalmente quando se fala da indução da resistência sistêmica das plantas”, explica ela.

Ângela disse que a produção de alimentos orgânicos deve ter um foco diferente do convencional, desde o inicio da implantação do sistema de produção e acrescenta que “não podemos implantar um sistema de produção orgânico sem levar em conta todo o ecossistema”. Algumas estratégias alternativas sugeridas pela pesquisadora são: rotação de culturas, adubação verde, compostagem, além de controle biológico de pragas e doenças. “Esse sistema de produção busca manter a estrutura e a produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza”, acrescentou.

Ela enfatizou a importância tanto da parte aérea da planta quanto do solo. “Eles possuem igual importância no sistema orgânico, por isso, o produto que será utilizado deve complementar o sistema de produção. Assim, é importante que o produto não altere o ecossistema, seja prático e de fácil manuseio, além de sustentável e eficiente”, acrescentou.

Biofertilizantes e fitoprotetores

Ela sugere a utilização de biofertilizantes e de fitoprotetores que são indutores de resistência. Segundo a pesquisadora esses produtos ativam as defesas da planta através da produção de lignina, proteínas relacionadas a defesa, enzimas hidrólicas, espessamento das paredes celulares e a produção de substâncias denominadas fitoalexinas, que é como a planta se defende.

A pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Maria Laura Turino Mattos apresentou aspectos relacionados a segurança alimentar e ambiental na produção de orgânicos. Ela explicou que esse sistema de produção deve obedecer aos parâmetros legais estabelecidos na IN 64 do MAPA. “Nessa Normativa estão estabelecidos os valores de referência utilizados como limite máximo de contaminantes admitidos em compostos orgânicos”, disse.

Segundo ela, para que produza alimentos aptos a receberam o Selo de Produto Orgânico, fornecido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), que é o Selo único oficial do sistema brasileiro de avaliação de conformidade orgânica, é preciso que o sistema de produção esteja adequado aos parâmetros legais.

“Isso exige a realização de análises laboratoriais, especialmente as químicas e microbiológicas, que se tornam acessíveis para os produtores que se organizarem por meio de cooperativas e/ou associações”, destacou Maria Laura. Análises de qualidade microbiológica da água, dos insumos, do solo e dos frutos são alguns dos indicadores garantem a segurança do produto, que poderá vir a ser certificado.

Também foram abordados o ponto de colheita e o manejo pós-colheita, durante a palestra proferida pelo pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Fernando Flores Cantillano. Segundo ele, essa fase do sistema de produção de alimentos orgânicos demanda atenção especial, pois quando a pós-colheita é manejada de forma inadequada é responsável pelas perdas de alimentos, contribuindo com a elevação dos preços dos produtos e prejudicando a ampliação do número de consumidores desses produtos.

Ele destacou alguns pontos que devem ser considerados nesse sistema de produção, tais como a capacitação das pessoas que trabalham na etapa de colheita, evitando que as frutas sejam danificadas; utilização de estratégias de higienização, com técnicas de limpeza e desinfecção; embalagens de colheita e armazenamento de plástico, que facilitam a higienização; estratégias de conservação em relação a minimização dos impactos da temperatura em relação aos frutos colhidos; locais de armazenamento organizados e protegidos contra a entrada de pequenos animais, entre outros. Cantillano também falou da importância da manutenção da cadeia do frio para a conservação das frutas.

congro@cpact.embrapa.br  

Fonte:Envolverde/Embrapa


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