Quinta-feira, 3 de abril de 2008 - 22h55
Projeto rastreia influência da Floresta Amazônica no regime de chuvas do país
Após quinta expedição, pesquisas sobre o transporte de umidade da Amazônia para o Sul avançam no Brasil
A experiência é inédita. Idealizado pelo casal de exploradores ambientais, Gérard e Margi Moss, o projeto Rios Voadores tenta descobrir o "DNA" das chuvas que caem sobre o país e com isso aprofundar os estudos sobre o transporte de vapor d'água da Bacia Amazônica para outras regiões do Brasil e da América do Sul. O projeto é a terceira etapa do Brasil das Águas e tem como patrocinador master a Petrobras.
Os chamados "rios voadores" são correntes de ar que carregam umidade do Norte ao Sul do Brasil. O termo tem uma explicação. A quantidade de vapor d'água, transportado por essas massas de ar, tem volume que pode ultrapassar a vazão de todos os rios do Centro-Oeste, Sul e Sudeste ou até ter a mesma ordem de grandeza da vazão do maior rio do mundo, o Amazonas (mais de 200.000 m3/s).
A pesquisa procura responder algumas questões: como o desmatamento da Amazônia afetará o clima no resto do país; de que forma essa degradação afetará as chuvas das regiões Sudeste e Sul, de maior produção de energia hidroelétrica (onde se concentra o maior PIB do país); e como essa umidade chega do norte ao sul do Brasil.
A bordo do monomotor Sertanejo, o piloto Gérard vem percorrendo várias regiões do país, realizando coletas de vapor d'água. Desde o início do projeto, em junho de 2007, já foram realizados cinco vôos. A última expedição, no início de fevereiro, foi um verdadeiro sucesso. O objetivo foi alcançado com êxito, ao percorrer, pela primeira vez, a mesma trajetória de uma massa de ar específica, ou seja, um "rio voador", graças a orientações meteorológicas do INPE/CPTEC.
Saindo de Belém (PA), o vôo passou por Santarém (PA), Manicoré (AM), Porto Velho (RO), Vilhena (RO), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS) e finalmente chegou ao Estado de São Paulo. De acordo com Gérard, o caminho percorrido pode comprovar cientificamente uma das principais hipóteses do projeto: a umidade que sai da Amazônia se espalha pelo resto do Brasil e é responsável por boa parte das chuvas da metade sulina do país.
As amostras estão sendo analisadas no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) em Piracicaba. O coordenador científico da expedição é o professor Enéas Salati, diretor técnico da FBDS, conhecido internacionalmente por seu trabalho com técnicas isotópicas na Amazônia. Segundo ele, ainda existem dúvidas a respeito de qual seria o valor exato da contribuição da Amazônia para o regime de chuvas das regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste. "O projeto tem entre outros objetivos tentar quantificar com mais precisão esses valores", explica Salati.
A idéia do piloto Gérard Moss, que também é engenheiro mecânico e empresário, é fazer um vôo de coleta de amostras por mês até a conclusão do projeto, no final do ano. Para isso, o avião dispõe de um equipamento que capta o ar ambiente. Esse ar é logo direcionado a um tubo de vidro que é resfriado para condensar a umidade numa gotinha de água. A análise posterior do fracionamento isotópico (O18 e deutérios) dessa água procura definir a procedência da massa de ar amostrada.
Entre outros objetivos, o projeto também tenta aproximar a população dos centros urbanos das grandes questões que envolvem a Amazônia e alertá-la sobre a importância do uso racional dos recursos naturais. Além disso, Rios Voadores procura revelar para o grande público uma importante fonte dos recursos hídricos brasileiros.
A expedição Rios Voadores é uma extensão do projeto Brasil das Águas que, desde 2003, tem como patrocinador master, a Petrobras, dentro do Programa Petrobras Ambiental. Conta também com a parceria da Agência Nacional de Águas, BR Aviation e Chubb Seguros, entre outras empresas e instituições. Para mais informações acesse o site: www.riosvoadores.com.br.
Fonte: Rios Voadores (foto: CHUVA.Bela-nuvem-bela-chuvaFoto-Margi-Moss)
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