Quinta-feira, 21 de julho de 2022 - 16h27
Em uma época onde a
tecnologia nos permitiu tornar digital muitas das nossas atividades cotidianas,
práticas até então comuns, como escrever em papéis, guardar documentos físicos
e pagar boletos impressos, deram lugar ao digital.
Esses são só alguns
exemplos, e há alguns anos, provavelmente leria notícias como essa em um jornal
impresso ou em uma revista. Porém, ao invés do papel, está utilizando um
aparelho eletrônico.
Ou seja, os
processos relacionados às atividades empresariais, comerciais, estudantis e até
de lazer, são facilmente realizados por alternativas digitais.
Embora isso seja um
fato, na teoria, a produção de papel parece não diminuir, e com isso, as
consequências ao meio ambiente tendem a aumentar, e elas vão desde o
desmatamento ao agravamento do efeito estufa.
Por isso, políticas
públicas estão voltando seus esforços para diminuir essas práticas danosas à
natureza, como é o caso do Projeto de Lei 273/22, que torna obrigatório o uso
de papel reciclado em concursos públicos.
Qual impacto o papel
causa ao meio ambiente?
A produção de lixo
excessiva, por si só, não é uma prática benéfica ao meio ambiente, mas quando
se trata do papel, esse caso é um pouco mais delicado e vai além do lixo
produzido.
Isso porque, para a
fabricação do papel, é feito o desmatamento, e suas consequências são
prejudiciais à natureza, aos seres humanos e aos animais, além da probabilidade
de se tornarem irreversíveis ao longo do tempo e isso prejudicar toda forma de
vida no planeta.
E quanto às árvores,
um dos seus papéis fundamentais é a absorção de CO2 e a produção de oxigênio,
fundamental para nossa sobrevivência. Ou seja, quanto mais se produz papel,
mais ocorre o desmatamento em massa.
Outro fator que faz
repensar sobre o uso do papel, é a poluição. A fabricação do papel é um
processo muito poluente e se torna uma preocupação quanto o assunto é a emissão
de elementos que podem prejudicar a atmosfera.
Na produção de papel
grandes quantidades de papel, são emitidas toneladas de CO2, responsável
por 60% do efeito estufa, fenômeno natural, que quando agravado, é o
responsável principalmente pela extinção de espécies, aumento do nível do mar,
diminuição de recursos naturais e desequilíbrio climático.
Esses e outros danos
que podem perdurar por tempo indeterminado e seus ricos afetam tanto a
sociedade, como agentes naturais e a fauna.
A importância do
papel reciclado e suas vantagens ecológicas
Apesar das
consequências do papel serem alarmantes, a boa notícia é que dá para diminuí-las,
afinal, não dá para abolir o uso dele para sempre. Apesar da tecnologia ter
ajudado nessa questão, ele ainda é fundamental em determinadas situações.
E no uso do papel, o
Brasil é um dos países que mais o consome, além de estar na décima posição do
país que mais produz essa matéria. Diante disso, como mudar o cenário
preocupante, visto os efeitos que citamos acima?
A resposta está na
reciclagem! O papel reciclado tem muito menos efeito do que o comum, pois
diminui o desmatamento evitando o corte de, em média, 30 árvores. Ou seja, os
riscos da perda da biodiversidade diminuem.
Além de que, na
fabricação de papel reciclado, tanto o gasto de energia, quanto a produção de
água e o uso de substâncias químicas diminuem drasticamente.
E por falar em
redução, a diminuição de 37% dos efeitos da emissão de gases de estufa também
está entre as vantagens do papel reciclado, o que evita a escassez de recursos
naturais e as drásticas mudanças de temperatura provenientes do aquecimento
global.
Mas não é apenas o
meio ambiente que se beneficia com a reciclagem. Boa parte da população provém
seus sustentos dessa prática e ela gera cinco vezes mais emprego, se comparado
à confecção do papel virgem.
Até aqui, os
benefícios são muito atraentes, mas sabemos que, na prática, a facilidade de se
consumir o papel virgem é tão atrativa quanto. Então, quais medidas tomar para
incentivar essa mudança de hábito?
O Projeto de Lei
273/22: medidas sustentáveis geram resultados
Está em análise na
Câmara dos Deputados, um projeto de lei que visa diminuir os malefícios da
produção de papel virgem, e para isso, torna obrigatória a utilização de papel
reciclado em concursos públicos.
De acordo com o autor
desse projeto, o deputado José Nelto (Pode-GO), a criação da lei objetiva mudar
significativamente o meio ambiente, e sobre o custo-benefício, ainda afirma que
o preço é equivalente às outras qualidades de papel.
Esse projeto tem como
foco os concursos públicos e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), os quais
são realizados recorrentemente por meio de cadernos de provas por milhares de
participantes. E que consequentemente, significa a utilização de muitos quilos
de papéis por concurso.
Desse modo, a
diminuição de papel já seria satisfatória. Tratando-se de mudança de hábitos de
consumo, medidas sustentáveis como essa são sempre um bom ponto de partida para
resultados vantajosos de médio a curto prazo.
Por ser um projeto de
lei, ainda se encontra em análise pelos deputados da Câmara e será revista
pelas comissões de Trabalho, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
Administração e Serviço Público, Constituição e Justiça e de Cidadania.
Com as informações
dadas até aqui, fica fácil entender a importância tanto desse projeto, quanto
do papel reciclado em si. E por sermos agentes importantes da configuração
social, não é preciso esperar as políticas públicas para ajudarmos o meio
ambiente.
Podemos, por exemplo,
passar a utilizar o papel reciclado ao invés do comum. Tecnicamente, todas as
impressoras são compatíveis com ele, porém, a qualidade pode variar pela
capacidade do papel de absorver a tinta do toner.
Os maiores
beneficiados com todas essas atitudes somos nós mesmos, e tomar decisões que
impactam positivamente nosso planeta como um todo, é cuidar do ambiente em que
viveremos e deixá-lo apto para as futuras gerações.
Às vezes, esquecemos
da nossa importância e somos levados a acreditar que nossas atitudes não farão
diferença, mas nas pequenas ações diárias é que estão os grandes
resultados.
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