Quinta-feira, 15 de maio de 2008 - 10h12
A conta é simples: somados os investimentos que estão sendo feitos pelo Governo do Estado com aqueles a cargo dos criadores de peixe que se integrarem ao projeto, o Programa de Piscicultura Agroindustrial (ProMec Peixe) deve alavancar recursos da ordem de 5 milhões de reais, a partir deste mês e até sua conclusão, daqui a 36 meses.
Em contrapartida, a soma, no mesmo período, de mais três mil toneladas de pescado à produção atual, de 10 mil toneladas, entre tambaquis, jatuaranas e curimatãs, irá injetar cerca de R$ 15 milhões a mais no agronegócio rondoniense, contabilizando-se apenas a estimativa sobre os preços a serem pagos ao produtor à época das despescas, a partir de 2010.
Os números do ProMec Peixe, uma iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social (SEAPES), merecem registro. Serão oferecidas para cada produtor 30 horas-máquina das escavadeiras hidráulicas “PC” por apenas R$ 90 a hora - no mercado, o aluguel dos equipamentos custaria no mínimo a hora R$ 220, se fossem encontrados, o que ainda é raro no estado - razão pela qual foram adquiridas três “PCs” e um caminhão-prancha para deslocá-las.
A aquisição das máquinas foi autorizada pelo Conder via Resolução 006/2007, e os recursos para a operação – R$ 1,8 milhão - vieram do Tesouro estadual, por meio da contribuição de 7,5% sobre o ICMS presumido, depositada pelas empresas que se beneficiam do Programa de Incentivo Tribuário (PIT) a favor do Fundo de Investimento e de Desenvolvimento Industrial (Fider).
O serviço das “PCs” vai permitir a abertura de dois tanques de 3.000 metros quadrados ou de três unidades de 2.000 m2 cada, à escolha do produtor, num espelho d´água de até 0,6 hectare. Neles, podem ser manejados até 3.000 alevinos. Após 12 meses de engorda, vem a colheita - ou melhor, a despesca: as redes podem recolher até 6 mil quilos do pescado, que devem alcançar a cifra de R$ 24 mil, uma vez que, hoje, o preço oscila entre R$ 3 e 3,50.
Assistência completa
Antes de tudo isso, no entanto, as equipes da Emater e da Sedam, parceiras da SEAPES no projeto, vão se encarregar de todo o trâmite de documentos para a obtenção da licença ambiental, tanto da propriedade como do empreendimento, sem nenhum custo para o produtor. Esta licença, inclusive, tornou-se pré-requisito para que os produtores rurais tenham acesso às linhas de financiamento do Basa e do Banco do Brasil, como o Pronaf e o FNO.
Obtida a licença, uma segunda equipe do proejto desloca-se à propriedade, para avaliar qual a melhor condição topográfica para a escavação dos tanques, analisando se o enchimento dos mesmos será por gravidade - que é a maioria dos casos -, ou por bombeamento, e descartando áreas de alagadiço, desbarrancadas ou com grandes inclinações, que podem prejudicar o manejo por parte do produtor.
Mesmo a alimentação dos alevinos, que envolve custos aproximados de R$ 300 a 400,00 por mês, é hoje financiada durante todo o período da engorda pelas casas de produtos agropecuários, que recebem o total devido no momento da despesca.
“A facilidade de operação dos tanques, o baixo custo de manutenção dos alevinos, a garantia de mercado para a produção e a valorização da propriedade dotada deste equipamento são algumas das vantagens reais que esperam pelos produtores que se engajarem nesta grande iniciativa”, afirma Evaldo de Lima, chefe de gabinete da SEAPES e coordenador do projeto, idealizado com a equipe técnica formada pela engenheira de pesca Rosana Passos, os engenheiros agrônomos Cledmar Carneiro, Antônio Vieira e Haroldo Ramos, da Emater, e o médico veterinário Carlindo Filho, também da SEAPES.
“Iremos lançar o ProMec inicialmente no Cone Sul, onde já estão adiantados os trabalhos de licenciamento ambiental e de topografia, e também para aproveitar a capacidade de processamento de pescado dos frigoríficos já instalados em Vilhena, Pimenta Bueno e Ariquemes”, ressalta o secretário-titular da pasta, Marco Antonio Petisco.
Segundo ele, a meta do Promec Peixe é beneficiar pelo menos 141 produtores rurais com as estações piscícolas e fazer com que a produção total de Rondônia, hoje o Estado com a segunda maior piscicultura da região Norte, alcance as 13 000 toneladas/ano, o que significaria uma injeção de até R$ 65 milhões ao ano na economia, considerando-se a projeção dos valores da produção atual somada à daqueles a serem pagos aos piscicultores à época das primeiras despescas a serem viabilizadas pelo programa.
Fonte: DECOM
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