Quinta-feira, 4 de outubro de 2007 - 12h46
Edilson Almeida - O clima em Mato Grosso poderá se tornar ainda mais insustentável. O alerta foi feito pelo astrônomo Eduardo Baldacci, cuja atividade é reconhecida pela National Aeronautics and Space Administration (NASA) e participante do Projeto Earth Sun Day. Ele defendeu a imediata decretação da moratória das queimadas, medida já adotada no passado e que volta a ser debatida entre físicos e ambientalistas por causa da intensidade das queimadas no Estado. Além dos problemas ambientais que já temos, a grande atividade solar irá provocar alterações ainda mais sensíveis no efeito estufa explicou Baldacci.
Com base nas orientações do físico solar David Hathway do Marshall Space Flight Center, a radiação do Sol oscila num período médio de 11 anos entre um máximo e o seguinte. No entanto, este intervalo pode variar entre 8 e 15 anos. Atualmente estamos vivendo num período de mínima atividade do Sol sui generis, uma mínima com grande atividade, sugerindo que o próximo ciclo solar será mais intenso que o anterior. Com efeito, o máximo do ciclo solar 24 que vai ocorrer em 2010 ou 2011, será um dos ciclos mais intensos registrados desde que se começou a observar o Sol há 400 anos.
Como nada pode ser feito para diminuir a atividade solar, é urgente que medidas mais drásticas sejam tomadas para diminuir o efeito estufa, tal como o aumento do período proibitivo de queimadas, ou até mesmo, a Moratória das Queimadas frisou o astrônomo mato-grossense.
A amostragem da qualidade do ar em Cuiabá, medida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, demonstrou que a concentração de material particulado em suspensão na atmosfera ultrapassou os padrões secundários e primários da qualidade do ar, indicando a qualidade inadequada do ar. Em relação as partículas totais em suspensão no ar foram registrados índices de 262,4 microgramas por metro cúbico a 418 microgramas por metro cúbico, não atendendo aos limites estabelecidos pela Resolução 03/1990 do Consleho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A legislação determina para o padrão primário 240 microgramas por metro cúbico e para o secundário 150 microgramas por metro cúbico.
O levantamento mostrou ainda o Dióxido de Enxofre atendeu os padrões da legislação durante quatro dias, registrando 0,0 µ/m³. A legislação determina para o padrão primário 363 µg/m³ e 100 µg/m³ para o secundário. Entretanto, no terceiro dia o Dióxido de Enxofre atingiu 149,3 µg/m³, não atendendo o padrão secundário. No caso do Dióxido de Nitrogênio os índices registrados foram de 154,9 µg/m³ a 244,9 µg/m³, não atendendo apenas o padrão secundário.
Os efeitos à saúde causados pelo material particulado em suspensão e pelo dióxido de nitrogênio são diversos, variando desde irritação na garganta, danos aos pulmões, agravamento da bronquite e da asma, aumento da suscetibilidade às infecções respiratórias, como gripe e resfriados comuns. No meio ambiente, os efeitos são a redução da visibilidade e a deposição ácida, que pode danificar árvores, solo e a vida aquática em lagos, além de causar danos ao patrimônio, causado pela corrosão de materiais. O monóxido de carbono é tóxico e altos índices estão relacionados a prejuízos nos reflexos, na capacidade de estimar intervalos de tempo, no aprendizado, no trabalho e na capacidade visual.
Fonte: 24 Horas News - Daniel Panobianco (wwwdeolhonotempo.blogspot.com)
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