Domingo, 17 de junho de 2012 - 19h07
por Neuza Árbocz, para o Instituto Ethos
Maria Helena Santana, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). |
Aconteceu entre os dias 11 e 13 de junho a Conferência Ethos Internacional 2012, centrada no tema “A Empresa e a Nova Economia. O Que Muda com a Rio +20?”. Em sua preparação, associados e parceiros vêm debatendo as oportunidades e os desafios de ambos os encontros, o do Ethos e o da ONU.
“A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) é uma grande oportunidade para que os governos e a sociedade em geral possam avaliar os impactos do nosso atual modelo econômico e examinar os desafios que precisam ser enfrentados para possibilitar a transição para um novo modelo, em que o crescimento e a prosperidade econômica sejam conjugados a uma maior responsabilidade social e ambiental”, avalia Maria Helena Santana, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“O atual momento de crescimento da economia brasileira tem feito o país despontar como um importante player internacional, discutindo assuntos e participando de eventos extremamente relevantes no contexto global. Diante disso, sediar a Rio+20 será uma oportunidade de posicionar o Brasil como uma nação preocupada com a sustentabilidade mundial e a preservação do meio ambiente, bem como mostrar ao mundo que se pode crescer de forma sustentável”, comenta Jairo Martins, superintendente-geral da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ).
Fabiana Toyama, do Instituto Arapyaú de Educação e Desenvolvimento Sustentável, concorda que o Brasil, como anfitrião poderá dar seu tom ao evento. Ela complementa observando que “A Rio+20 tem duas dimensões de relevância equivalentes: a dimensão oficial, da conferência da ONU propriamente dita, e a da atuação da sociedade civil organizada”. Na primeira, ela percebe uma evolução no que diz respeito ao processo de preparação, com maior abertura à participação de organizações da sociedade civil – embora ainda exista um longo caminho a ser percorrido nesse quesito. Na segunda, ela enxerga a possibilidade de discussões mais aprofundadas e maduras.
Milton Luiz Milioni, do Comitê de Ética da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional), também espera que a Rio+20 contribua para a compreensão dos países sobre o tema sustentabilidade e que o assunto seja privilegiado nas suas decisões de políticas públicas.
Preparativos essenciais
Poder influir em um foro de líderes mundiais é uma ocasião rara, que demanda um excelente preparo. “Acreditamos que debater temas fundamentais para a nova economia e ter como base a opinião de organizações brasileiras é uma importante forma de a Conferência Ethos mostrar sua relevância e ser decisória nas questões que serão tratadas pela ONU na Rio+20”, diz Jairo Martins.
“O Ethos tem um papel fundamental nessa articulação de diferentes atores para a Rio+20, pois consegue agregar sociedade civil e organizações privadas com uma legitimidade que poucas organizações no Brasil possuem, além de dialogar também com atores da esfera pública, formando pontes que são fundamentais para o sucesso da Rio+20 como um todo”, reforça Fabiana Toyama.
Para a presidente da CVM, ao possibilitar aos seus participantes tomar contato e refletir sobre os principais temas que serão discutidos na Rio+20, a Conferência Ethos auxiliará as empresas não somente a compreender suas possíveis implicações, mas também a avaliar como elas podem contribuir para a construção de uma economia mais sustentável. “Nesse sentido, pude identificar no programa preliminar da Conferência Ethos 2012 que alguns painéis, como os que abordarão as agências reguladoras ou o direcionamento de capitais para investimento na produção da nova economia, discutirão temas que poderão interessar especialmente aos participantes do mercado de capitais e à Comissão de Valores Mobiliários”, comenta Maria Helena.
Milioni recomenda a proposição de métricas na avaliação de investimentos que incluam a sustentabilidade como parâmetro. Ele tem como expectativa a participação de mais empresários e altos dirigentes no evento do Instituto Ethos. “O aprofundamento das discussões deve levar a soluções aplicáveis imediatamente, sem longos debates teóricos”, apoia Jairo Martins.
Divisor de águas
Isso também se aplica à própria Rio +20. “É importante que a conferência da ONU tenha resultados mais práticos do que as anteriores, principalmente levando-se em consideração a situação econômica dos países desenvolvidos e a maior importância dos países emergentes no crescimento mundial”, continua Milioni.
“Acreditamos também que a Rio+20 em especial será um divisor de águas e impulsionará a transição da economia para um modelo sustentável – o que pode ser feito ao repensarmos o cálculo do PIB e mensurarmos a riqueza dos países incluindo também a gestão dos recursos naturais e o bem-estar da sociedade. Isso levará as empresas a fabricar os mesmos produtos sem poluir e substituir seus materiais por outros, preocupando-se com a qualidade de vida das próximas gerações”, comenta Martins.
Fabiana Toyama ressalta a importância do engajamento voluntário nessas mudanças. “Riqueza, diversidade, maturidade e articulação entre diferentes atores é o que gostaríamos de ver na Rio+20, no que diz respeito à sociedade civil organizada. E, se as Nações Unidas ficarem aquém nos acordos necessários para tornarmos a sociedade atual mais justa e solidária, esperamos que a própria sociedade seja capaz de se articular e se organizar nesse sentido”, defende. “Se não conseguimos como nações que compartilham o mesmo planeta, cumprir os acordos feitos desde Estocolmo até hoje, pode ser uma ambição mais realista reafirmarmos os compromissos das demais conferências e convenções e termos objetivos voluntários”, afirma Toyama, referindo-se aos encontros das Nações Unidas. “Não podemos retroceder ou, o que seria pior ainda, ter avanços ilusórios”, conclui.
* Publicado originalmente no site do Instituto Ethos.
(Institudo Ethos)
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