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Rio Machado sobe quase um metro em Ji-Paraná após tempestade em Cacoal


 
Com o retorno das chuvas em alguns pontos de Rondônia, o nível dos rios, devagar se recupera. O assoreamento do rio Machado preocupa de agora por diante. Uma enchente de grandes proporções pode ocorrer no próximo ano.

Daniel Panobianco – A tempestade que desabou sob Cacoal na última sexta-feira (03) produziu em toda a região centro-sul de Rondônia, precipitação muito expressiva, com até 150 milímetros em algumas localidades, volume esperado para todo o mês de outubro.

Além de alagações pela cidade, com o transbordamento do córrego Pirarara, outros afluentes dentro do perímetro urbano também não agüentaram a vazão da água. O principal rio da região – o Machado – subiu em questão de 24 horas, mais de 1 metro entre Cacoal e Presidente Médici.

Como o nível do Machado encontrava-se muito baixo, após a rápida subida, não foram registrados danos ao longo do trajeto até as comunidades ribeirinhas, segundo informações do Corpo de Bombeiros local.

Em Ji-Paraná, a régua da estação telemétrica da ANA (Agência Nacional de Águas) registrou às 11 horas de terça-feira, 6,33 metros, estando abaixo da cota de permanência, que é de 6,36 metros, considerado um nível seguro para a navegação. No sábado, no mesmo horário, o nível do rio já havia subido para 7,11 metros. Nesse domingo, também às 11 horas, a régua marcava 7,28 metros, ou seja, um aumento significativo de 95 centímetros em 48 horas.

Chama a atenção que a chuva na região de Cacoal foi por demais localizada, não atingindo mais do que 100 quilômetros quadrados. O tocante deve-se às próximas convecções de agora por diante. Com uma cabeceira cada vez mais destruída, o assoreamento do Machado é inevitável. Quanto mais areia dentro do rio, mais espaçosa será a área em que um possível alagamento às margens do mesmo.

A preocupação com a chegada do período chuvoso - que embora previsões de centros de pesquisas locais fossem de que a chuva demoraria a chegar esse ano, o que não é verdade - volta-se para as regiões que sofrem com alagamentos, normalmente entre fevereiro e maio. A quantidade de areia e outros sedimentos depositados no fundo do rio Machado aumentou muito nos últimos anos, com a destruição das matas ciliares. A sorte foi de que nesses últimos anos, o volume de chuva registrado na bacia do Machado apresentou grande déficit pluviométrico, o que contribuiu para o não-alagamento das áreas de risco.

Na atual situação do rio, se uma chuva mais intensa ou continua ocorrer no inicio do próximo ano, uma enchente de grandes proporções não está descartada desde Pimenta Bueno até Machadinho d' Oeste, sendo Ji-Paraná, a cidade mais afetada. Esse ano estamos sem a presença de fenômenos climáticos de larga escala, como El Niño e La Niña, que causam distúrbios em precipitações na Amazônia. A previsão é de que chova dentro da normalidade em Rondônia, contrariando mais uma vez, as previsões dos centros de pesquisas locais, que chegaram a afirmar que esse ano, a seca seria mais intensa que a de 2005. A verdade está ai agora. Os rios não secaram tanto como em 2005 e no ano passado e as chuvas já retornaram com força ao território rondoniense.

Dados: ANA – Corpo de Bombeiros
Fonte: De olho no tempo

 

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