Sexta-feira, 17 de julho de 2020 - 11h43
O Rio Madeira, um dos principais afluentes do Rio Amazonas,
com aproximadamente 1.460 km de extensão, sendo o 17º do Planeta em
comprimento, mas considerado um rio novo e ainda com sua calha em formação,
está há algum tempo sofrendo violenta agressão ambiental em toda a sua
extensão, e colocando em risco principalmente os ribeirinhos que habitam a
região do Baixo Madeira.
Um problema que
ninguém ainda deu atenção, mas é de grande gravidade, é o tráfego de enormes barcaças e balsas, pela calha do Rio
Madeira, transportando toda espécie de mercadorias e soja, sendo que estes
gigantescos comboios fluviais, empurrados por potentes rebocadores, usam como
via de tráfego o canal praticamente encostado à margem do rio, o que produz
forte ruído e trepidação abalando e causando o fenômeno do desbarrancamento das
margens do Madeira, destruindo lavouras, aumentando muito o número de árvores
no leito o que ameaça a própria navegação e, ainda, colocando sob ameaça
constante que casas de pequenos ribeirinhos sejam engolidas pelo
desbarrancamento.
Outra questão é quando a Hidrelétrica de Santo Antônio, que
despeja uma enorme quantidade de água, principalmente na época de cheia que vai
de dezembro a março, deixando os ribeirinhos sem saber o que fazer. Até o
momento, pelo que dizem os ribeirinhos, representantes da empresa não se
preocuparam em dialogar com os que estão sendo prejudicados para, pelo menos,
reparar os danos causados, sob o olhar complacente da Justiça e de órgãos
ambientais. Locais como Nazaré do Rio Madeira, Tira Fogo, Conceição do Galera,
Papagaios e demais localidades estão sofrendo bastante com o problema deste
incontrolado desbarrancamento, perdendo suas casas e plantações de
subsistência.
Mas o drama dos que insistem, até por causa da tradição
secular, de continuar morando e trabalhando nas duas margens do Madeira, para
completar a desdita destes humildes e desamparados beradeiros, existe a
desenfreada exploração do garimpo de ouro, que vai da Vila de Belmont até
Borba, no Amazonas. Não existe nenhuma fiscalização que seja Aduaneira, da
Marinha ou dos Órgãos Ambientais.
Os garimpeiros são os donos e Reis do Rio Madeira; mandam e
desmandam em toda a extensão do rio, onde trabalham. Existe muito trabalho
escravo, de menores, muita prostituição infantil e drogas. É comum se ver nas
fofocas (locais onde se concentram as dragas e balsas), compradores de ouro
vindos da Bolívia, judeus, indianos e chineses e vendedores de drogas e
mercúrio. Diuturnamente, são despejados nas águas do Rio Madeira uma quantidade
preocupante deste nocivo metal, o mercúrio, um metal líquido, também conhecido
por azougue. Trata-se de um elemento altamente tóxico e pesado que pode causar
danos cerebrais, renais e pulmonares, causando a acrodinia (doença rosa) , a
síndrome de Hunter e doença de Minamata.
Por ser um metal 15 vezes mais pesado que a água, vai
diretamente para o fundo do rio, contaminando tudo, principalmente os peixes de
couro, como o dourado, surubim, caparari, pirarara e outros. O ser humano ao
consumir o peixe contaminado, começa a sentir os clássicos sintomas de
envenenamento por mercúrio: fraqueza, cansaço, perda de apetite, rápido
emagrecimento, úlceras estomacais e abdominais e comprometimento do sistema
renal, que se não tiver rápido tratamento pode levar a óbito.
É comum ver Beradeiros se queixando de dores estomacais,
abdominais e renais. Tomam remédios que a natureza lhes fornece e vão levando a
vida.... Como este pesado metal vai ao fundo dos rios? os garimpeiros manipulam
este perigoso metal líquido para dissolver as partículas de ouro, que se
encontram junto com o cascalho e areia, que são sugados por potentes mangueiras
do fundo do rio. Então se forma um amálgama (liga composta de mercúrio e ouro).
Após esta operação, partículas do mercúrio são despejadas no leito do rio e
afundam rapidamente.
Outro fato preocupante: nas comunidades ribeirinhas
desconhece-se que tenha sido feita uma pesquisa sobre o uso do mercúrio no Rio
Madeira e, muito menos, um estudo minucioso sobre o índice e teor desse veneno
nos peixes de couro da região mais afetada do Baixo Madeira.
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