Quarta-feira, 13 de agosto de 2008 - 14h24
Amanda Mota
Agência Brasil
Manaus - Localizada em uma área de 213 mil quilômetros quadrados, no extremo oeste do Amazonas, a região do Alto Solimões caracteriza-se pela grande diversidade ambiental, apresentando inúmeras variedades de peixes, frutos e áreas verdes praticamente intactas, devido às dificuldades de acesso.
Não existem rodovias ligando o Alto Solimões a outras regiões do estado e do país. Chega-se lá somente de barco, o meio mais usado, ou de avião. Partindo de Manaus, por exemplo, a viagem de barco pode levar de três a seis dias.
Apesar da grande extensão e de ser composta por nove cidades Atalaia do Norte, Amaturá, Benjamin Constant, Fonte Boa, Jutaí, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tonantins e Tabatinga , a região tem baixa densidade demográfica (0,93%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Interligados pelo Rio Solimões, os municípios são habitados também por cerca de 130 comunidades ribeirinhas e 149 comunidades indígenas de etnias distintas, como Tikuna, Mayoruna, Cocama, Marubo, Kanamari e os Kulina.
Entretanto, as riquezas naturais não são compatíveis com as condições socioeconômicas do Alto Solimões. Em muitas áreas, inclusive urbanas, faltam água e energia elétrica. Em Tabatinga, por exemplo, a feirante Maria Neuza Leandro conta que ter água em casa é difícil. "Passamos o dia na feira vendendo nossas frutas e verduras. Depois de todo esse trabalho, ao chegar em casa, temos que pegar os baldes e procurar algum local para enchê-los de água, porque lá não tem isso."
Além disso, o último censo do IBGE revelou que são altas as taxas de analfabetismo na região (superiores a 30%) e complicadas as possibilidades de atendimento na área de saúde, sobretudo para os que vivem em comunidades fora das sedes dos municípios. Também nesse aspecto Tabatinga é um exemplo: localizada a mais de mil quilômetros, tem em seu entorno cerca de 62 comunidades.
Segundo o prefeito de Tabatinga, Joel Santos, a cidade está situada no meio da selva amazônica, e o acesso à Colômbia, país com o qual faz fronteira, é mais fácil do que a Manaus, capital do estado. Santos disse que os recursos naturais precisam de atenção para serem devidamente aproveitados pela população: "Nossa única riqueza são os recursos naturais. Estamos carentes de ajuda para atender as condições básicas de cidadania de nossos habitantes, começando pela saúde."
Ontem (12) o governador do Amazonas, Eduardo Brag,a e o diretor do Banco Mundial John Briscoe firmaram acordo que pode trazer novas perspectivas para a região. Trata-se do Projeto de Desenvolvimento Regional do Estado do Amazonas (Proderam), que vai investir US$ 35 milhões na região. É o começo de uma grande transformação devida à população do Alto Solimões, disse Braga..
"Estamos falando de um projeto concentrado nos nove municípios do Alto Solimões para turbinar e potencializar os outros investimentos na região. Queremos trazer à região uma resposta do poder público brasileiro de que é possível ter desenvolvimento local sem prejuízo aos recursos naturais. A execução desse projeto é o resgate de uma enorme dívida social que tínhamos com essa região."
O Proderam terá início ainda neste ano, com a contratação de consultorias nas áreas de atuação do projeto. As obras começarão em 2009 e serão desenvolvidas em três frentes: desenvolvimento sustentável, saneamento e saúde. Na primeira frente, estão previstas atividades produtivas como colheita e beneficiamento de madeira e organização da piscicultura.
Na área de saneamento, o objetivo é melhorar os sistemas sanitários e universalizar o acesso à água, por meio da melhora dos sistemas de abastecimento. Na saúde, a meta é ampliar a cobertura e a qualidade da atenção básica e facilitar o acesso aos serviços de média e alta complexidade.
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