Terça-feira, 4 de setembro de 2007 - 12h24
Porto Velho (Agência gentedeopinião) - É um cenário digno do inferno de Dante. O Estado de Rondônia sofre uma das mais rigorosas estiagem dos últimos anos tendo como consequencias as queimadas que ocorrem em várias regiões do estado e a redução do nivel das águas dos seus principais rios. Caminha-se para o mesmo caos já ocorrido em anos passados, quando se constatou secas históricas. Rondônia arde em chamas e com grossas camadas de fumaça prejudicando seriamente pousos e decolagens e a navegação fluvial.
Para piorar toda esta situação, conforme o ambientalista e ecologista Daniel Panobianco não existem previsões de chuvas para os próximos dias em condições de reverter esta situação. Enquanto isso, os Rios Jaru (na altura do município de Jaru) e Machado (que corta a cidade de Ji-Paraná, a segunda mais populosa de Rondônia) já vivem o apogeu do pesadelo da estiagem. Com o mais baixo nível de águas dos últimos anos, o cenário desses rios é desolador, como mostram as imagens do repórter- fotográfico Sérgio Arruda da agência gentedeopinião. Igualmente as águas do Rio Mamoré, na altura de Guajará Mirim, caem rapidamente e o Rio Madeira que banha Porto Velho já tem sua navegação ameaçada, tamanha rapidez com que o nível de suas águas tem baixado. A própria Marinha já recomenda que as grandes embarcações não naveguem a noite. Hoje pela manhã o nível do Madeirão estava em 3,05 m, aproximando-se das menores marcas históricas. Diante dos riscos de acidentes e preocupada com a situação, a Sociedade dos Portos de Rondônia acaba de informar que a empresa Hermasa que transporta soja do Grupo Maggi, vai paralisar a movimentação de cargas no Rio Madeira a partir do dia 08, sábado, voltando as atividades apenas em outubro. Em Manicoré, no Amazonas, o Rio Madeira já está a nove centímetros da sua pior seca dos últimos 30 anos.
Grossas camadas de fumaça tem encoberto Rondônia de ponta a ponta. A região Norte do estado é a mais atingida, com mais da metade dos focos de calor existentes nos municípios de Porto velho e Nova Mamoré, onde pipocam novas localidades em plena selva amazônica, fruto de invasões de terras e até de parques nacionais, reservas indígenas e biológicas.
Com a renovação dos pastos e com as derrubadas visando ampliar as propriedades rurais para criação de gado e ampliação da fronteira da soja nesta época do ano fazendeiros e pecuaristas se valem de queimadas. O mesmo ocorre nas áreas invadidas.
Na região metropolitana de Porto Velho a estiagem provoca o aprofundamento dos poços caseiros. O serralheiro José Raimundo, o Mundinho, morador no bairro Socialista, na periferia de Porto Velho, relata que foi obrigado a cavar mais dois metros para alcançar água. Com seu lençol freático totalmente contaminado por causa das fossas domiciliares, a capital rondoniense padece com o abastecimento do precioso líquido, já que apenas a metade da sua população de 400 mil habitantes recebe água encanada em suas casas. Outra conseqüência da estiagem, a fumaça das queimadas, atinge a saúde pública. Postos de sáude e farmácias são movimentadas com crianças e idosos sofrendo com problemas respiratórios buscando o conforto da inalação. Nirleide Theodoro, 22 anos, levou o pequeno Bruno, de três anos, para o hospital infantil em Porto Velho. Moradora do bairro para inalação. “Todo ano é a mesma coisa. Ninguém faz nada para mudar essa situação”, se queixa.
O funcionário público Alcir Renato de Souza, 33 anos, indaga se os fazendeiros e madeireiros não pensam nos velhinhos e nas crianças e nas próximas gerações. “Estão matando a fauna, a flora e a vida”, protesta.
As enormes cortinas de fumaça cortando a visibilidade nas rodovias e prejudicando a navegação nos rios rondonienses desmentem claramente os números oficiais de que o desmatamento e as queimadas tem caído ano a ano no estado. Mesmo porque nas estatísticas governamentais não são computadas as invasões ás áreas indígenas, parques nacionais e reservas biológicas
Fonte: Carlos Sperança,agênciagentedeopinião.
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