Quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009 - 17h30
Danilo Macedo
Agência Brasil
Mais sete estados brasileiros foram reconhecidos pelo governo do Chile como livres de febre aftosa. Apenas o estado do Rio Grande do Sul estava autorizado a vender carne bovina para aquele país, mas a partir deste ano devem entrar na lista Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná, segundo informou hoje (26) a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
As exportações de carne bovina brasileira para o Chile foram suspensas no fim de 2005, quando um foco de febre aftosa foi detectado em Mato Grosso do Sul e logo depois no Paraná. O estado do Rio Grande do Sul, que já era reconhecido pelo governo chileno como livre da doença, teve seu status sanitário referendado. Por outro lado, Mato Grosso do Sul ficou de fora da nova lista, o que, segundo o diretor-executivo da Abiec, Otávio Cançado, é "inaceitável".
"É uma vergonha para o Brasil e não deve ser aceito. Mato Grosso do Sul é reconhecido com livre de aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal e por mais de 80 mercados. Não há argumento algum para o estado ficar alijado do comércio com o Chile e o governo federal deve exigir seu retorno, porque nos deixa fragilizados um país vir e dizer que regras internacionais não serão aceitas", afirmou Cançado.
O diretor executivo disse que o reconhecimento chileno vem atrasado, muito depois do internacional. "Não é possível que o Chile ainda se utilize desses artifícios para impor barreiras", comentou Cançado, referindo-se à exclusão de Mato Grosso do Sul que, segundo ele, deve entrar como um dos itens prioritários na agenda do Ministério da Agricultura no comércio de carnes.
No ano passado o país vendeu sete mil toneladas de carne bovina para o Chile, no valor total de US$ 17 milhões. Com a entrada de mais sete estados, Cançado disse que a expectativa é que os produtores brasileiros voltem ao patamar de 100 mil toneladas exportadas para lá, registrado até 2005, quando o comércio foi interrompido. Para as negociações terem início, o governo chileno precisa agora publicar a lista de frigoríficos autorizados a vender para lá. "Os importadores de lá costumam comprar as partes nobres do gado bovino, mais caras, e por isso o mercado é importante para nós", concluiu Otávio Cançado.
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