A tragédia da seca já se alastra por Rondônia e reduz drásticamente o nível dos rios Madeira(PVH), Machado(Ji-Paraná) e Mamoré em Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia.
Já temos fortes indícios em Rondônia, e até evidências de impacto sinalizando – como a sensível baixa do nível das águas no Rio Madeira e o aprofundamento dos poços caseiros na região de Porto Velho – para uma reedição da tragédia da seca amazônica de 2005, com graves conseqüências para o ecossistema regional. O mesmo panorama ocorre na região central do Estado, com o Rio Machado descendo rapidamente na altura de Ji-Paraná e também no Rio Mamoré na divisa com a Bolívia, em Guajará Mirim.
Em 2005, como se recorda, muitos rios acabaram secando em Rondônia, Acre e Amazonas, prejudicando a navegação, gerando sérios problemas de abastecimento de água em cidades da região, além da matança de peixes, da fome que se alastrou, e do isolamento de dezenas de localidades ribeirinhas por conta do desaparecimento dos rios e igarapés. Os sinais de um novo desastre já vão se acumulando nesta época do ano em Rondônia, Acre e no Amazonas.
Em Rondônia, na região central do estado, a estiagem já chega a 60 dias, como revela o atento mago ambientalista regional, Daniel Panobianco, em artigo no site Observador. Ele é a maior referência do estado em questões meteorológicas e ambientalistas.
Ao longo do Rio Madeira, que já baixou seis metros, a navegação está ficando crítica. O balseiro
Júlio Celso Ferreira de Souza, afirma que encontrou dificuldades na passagem na localidade de Aliança, zona ribeirinha de Porto Velho. Com 16 anos de navegação entre Manaus-Porto Velho, o balseiro
Valmir do Nascimento Ferreira, que atracou ontem no porto da capital rondoniense, procedente do Amazonas, prevê um ano extremamente difícil para a navegação e aponta quatro pontos críticos para as embarcações manobrarem ao longo do Rio Madeira:
1- A passagem na região do Papagaio
2 – A navegação na altura de Aliança
3 – Passagem das embarcações na localidade de Tamanduá
4 – É difícil a passagem de embarcações na região ribeirinha de São Miguel.
Ambos afirmam que tudo o que está ocorrendo já é efeito da antecipação da seca neste ano. A Marinha informou hoje (07) que o Rio Madeira desce rapidamente, já que a régua apontava um nível de 14m em 24 de maio e hoje já esta cravando 8,48.
Em Porto Velho a estiagem já está obrigando parte da população dos bairros a comprar água mineral, como relatou o jornal Diário da Amazônia, na sua edição de quinta-feira. Como se sabe metade da população da capital rondoniense não conta com água enganada e é abastecida por poços caseiros, quase todos contaminados. Análises recentes do lençol freático de Porto Velho apontam quase 100 por cento de contaminação.
Na fronteira com a Bolívia, a queda no nível das águas do Rio Mamoré, que divide as cidades de Guajará- Mirim (Brasil) e Guairámirim (Bolívia), está assustando a população da fronteira. O agente turístico Marcos Antônio do Nascimento também relata que o afluente do Rio Madeira, Ribeirão, na altura do município de Nova Mamoré, desceu perigosamente nos últimos dias. O que ele mais estranha é que ainda no dia 15 de junho o Rio estava cheio. “Parece que passaram uma esponja no Rio Mamoré”, reclama.
Em Rondônia, na região central do estado, a estiagem já chega a 60 dias, como revela o atento mago ambientalista regional, Daniel Panobianco. Ele é a maior referencia do estado em questões meteorológicas e ambientalistas.
Em toda Amazônia os rios já estão secando rapidamente, indicando uma nova catástrofe em 2007, agravadas pelo assoreamento. No caso rondoniense,
Daniel Panobianco, cita o caso do Rio Machado que neste mês de julho deveria estar com o nível das águas cravando 7,50 m, e que já despencou para 4,36 m. No Madeirão, como é carinhosamente conhecido o Rio Madeira, que banha a cidade de Porto Velho, também já são bem visíveis as conseqüências da estiagem que castiga a região Norte. Com o se vê, uma nova catástrofe ambiental se aproxima, demonstrando nitidamente as alterações climáticas na Amazônia provocadas pelo avanço da fronteira agrícola na região, onde as pastagens substituem as florestas e o plantio da soja continua avançando. Milhares de hectares, nos últimos dias estão agravando a situação.
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Fonte: Carlos Sperança/Foto: Serginho - Gentedeopinião
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