Seminário gestão de resíduos debate coleta seletiva

A segunda parte do Seminário Gestão de Resíduos de Porto Velho realizou dois painéis seguidos de debates sobre os temas: ‘A Contribuição da Cooperativa de Catadores’, o ‘Funcionamento da Coleta Seletiva e o Mercado de Recicláveis e Mecanismos de Incentivo’. Antes dos painéis, o público assistiu uma apresentação do Grupo Musical Minhas Raízes, do distrito de Nazaré, no rio Madeira, próximo à capital.

Os painéis foram expostos por Jorge Moreira da Silva, de Goiânia, Goiás, especialista em tratamento de resíduos sólidos e Luiz Fernando Pereira, coordenador do Seminário, que facilitou o segundo painel. O secretário municipal de Meio Ambiente, José Gadelha, destacou a importância do sucesso desta nova forma de lidar com o lixo em relação ao meio ambiente, “são três pontos muito importantes, a construção do aterro sanitário, a coleta seletiva e a usina de compostagem. O que estamos discutindo neste Seminário é sobre os benefícios que o meio ambiente terá com a coleta seletiva, principalmente porque será possível beneficiar a maioria do lixo seco e dar destinação correta ao lixo úmido, diminuindo consideravelmente a contaminação dos lençóis freáticos, nascentes e consequentemente aumentando a qualidade de vida da fauna e da flora e do próprio morador da região”, explicou.

A prefeitura de Porto Velho através da secretaria municipal de Serviços Básicos (Semusb), está realizando a implantação do Projeto de Coleta Seletiva na capital. No momento a fase é de discussão sobre os detalhes de como o processo de separação, coleta, transporte e seleção serão realizados. “A Marquise em cumprimento ao contrato, deverá no décimo terceiro mês, a partir do início da concessão, iniciar a coleta seletiva do lixo doméstico. Esta coleta obedecerá a um calendário preparado e distribuído pela Marquise aos munícipes para que estes coloquem nas portas de suas residências os lixos seco, que são o vidro, o metal, o papel e plástico, e o úmido, que é basicamente o orgânico”, detalhou Manoel Néri, engenheiro da Semusb.

Néri também explicou, que “os bairros Alphaville e Rio Verde e ainda a Semusb, fazem parte do projeto piloto para avaliação de como o projeto será executado e aos poucos adaptados para outros bairros. O papel da empresa que vai recolher o lixo é de um dia levar o lixo úmido e no outro o lixo seco, e levá-los para o lixão, onde serão destinados ao aterro e à reciclagem”, disse.

A presidente da Associação Unidos Pela Vida e vice presidente dos Catadores Cata Norte, Ana Correia, disse que “há várias maneiras de contribuirmos neste processo. No momento, existe um grupo de mais ou menos duzentos e cinquenta cooperados que trabalham diretamente no lixão. Estes vão receber o material seco e fazer uma seleção minuciosa para a reciclagem. Outro grupo trabalha diretamente na rua,  os associados são cerca de cinqüenta, mas nas ruas ao todo chegam a trezentos que retiram diretamente das lixeiras o material reciclável. Para nós é importante no momento, que junto com as equipes da Marquise existam membros de nossas cooperativas fiscalizando o processo”, apontou.

Evolução

Para os representantes da prefeitura de Porto Velho e das cooperativas e associações de catadores, a grande evolução para todos neste trabalho é a conscientização dos munícipes em separar os lixos seco e úmido. “É justamente este o nosso grande problema, o material que chega no lixão é todo misturado, isto atrapalha todo processo de evolução de reciclagem. No momento, se a sociedade adotar o hábito de apenas não misturar mais os dois tipos de lixos e dispensá-los corretamente, será uma verdadeira revolução sobre este tema em Porto Velho”, detalhou o engenheiro da Semusb.

Segundo dia

A programação para o dia 22, terça-feira, é basicamente da realização de oficinas simultâneas, onde serão abordados os temas: ‘Novo Modelo de Gerenciamento de Resíduos de Porto Velho’; ‘Funcionamento da Central de Triagem e Reciclagem’; ‘Funcionamento da Coleta Seletiva’; Mercado de Recicláveis e Mecanismos de Incentivo’ e ‘Saúde e Segurança do Trabalho no Manuseio de Recicláveis’. Estas discussões serão processadas em conclusões, que resultarão em um documento do Seminário.

Fonte : Fabrícius Bariani
Foto: Estevão Quintela