Segunda-feira, 31 de março de 2008 - 09h53
Cansado de brigar com autoridades e indígenas, último grande comerciante branco de Mutum foi embora
O último grande comerciante não-índio do vilarejo de Mutum, conhecido como Pedro Gaúcho, foi embora na semana passada. Cansou de brigar com as autoridades e os índios. O tuxaua Faustino Pereira da Silva, de 46 anos, comemorou sua saída. Para ele, foi mais um passo para os índios assumirem o controle da região, às margens do Rio Maú. Do lado de lá ficam as montanhas e as florestas da Guiana Inglesa.
Mutum - nome de um pássaro que não se encontra mais por ali - já foi uma movimentada vila de garimpeiros, com quase 2 mil pessoas, armazéns, posto policial, prostíbulos e até uma pista de cascalho para pousos e decolagens de aviões. Até os anos 90, pepitas de ouro e diamantes eram catados por ali quase à flor do solo e no leito dos rios. Hoje ainda podem ser encontrados, mas com escavações mais profundas.
Quando a Raposa Serra do Sol ganhou corpo, Mutum acabou engolida pela área indígena e os não-índios foram avisados que teriam que deixar o lugar. A maioria já partiu. Os poucos que resistem devem ser visitados pela Polícia Federal.
À medida que a vila se esvazia de brancos, os índios dos arredores vão se mudando para lá. Instalam-se nas casas abandonadas e tentam estabelecer novas regras comunitárias: querem desestimular o garimpo entre indígenas, vetar a venda de bebida alcoólica nos bares, animar os chefes de família a retomarem antigas lavouras.
O lugar tem 188 habitantes, segundo levantamento do tuxaua Faustino. A luz elétrica dali e das aldeias ao redor provém de geradores movidos a óleo diesel. Em vários lugares eles são desligados após a novela das 8 da Globo. Mas podem ficar ligados até mais tarde nos dias em que TV transmite jogos.
Na tarde de quarta, no horário do jogo entre Brasil e Suécia, quase não se via homens nas ruas de Mutum. A tranqüilidade ainda não foi totalmente estabelecida na comunidade. No início deste mês, 12 casas foram queimadas por dois índios guianenses, que estão presos em Boa Vista. Acredita-se que o ato tenha sido encomendado por antigos moradores.
Outra causa de conflitos é o fato de parte da comunidade não aceitar até hoje o fato de a vila ter sido englobada pela reserva. Eles preferem a situação anterior - e até formaram uma associação para defender essa causa. Ela se opõe ao Conselho Indigenista de Roraima, da qual Faustino faz parte.
O dinheiro que circula em Mutum provém quase integralmente de aposentadorias rurais e do Bolsa-Família. Uma pequena parte sai das mãos de índios que insistem em garimpar.
Entre os tuxauas, porém, ouve-se cada vez mais falar em projetos de auto-sustentação, como a piscicultura, o cultivo de frutas, a pecuária.
Fonte: Estado de S. Paulo
Rondônia é líder em controle de desmatamento na Amazônia Legal, destaca Ministério do Meio Ambiente
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do Governo Federal, publicou nesta semana levantamento que mostra os índices de desmatamento em to
Operação “Silentium et Pax” do Batalhão de Polícia Ambiental reprime poluição sonora em Porto Velho
Em uma ação estratégica para garantir o sossego e a qualidade de vida da população, o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) deu andamento à Operação “
Cremero implanta práticas internas entre colaboradores para incentivar a sustentabilidade
Como órgão público, é dever garantir que as atividades e decisões impactem positivamente a sociedade e o meio ambiente. Esta é uma das premissas que
Porto de Porto Velho faz reconhecimento de pontos críticos no Rio Madeira
Com o objetivo de fazer o reconhecimento visual de pontos críticos do Rio Madeira, a diretoria do da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Ro