Domingo, 19 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Vale do Guaporé – O milagre da reprodução


Fotos R. Machado - Gente de Opinião
Fotos R. Machado

Em meados do mês de julho, quando reaparecem as lindas praias ao longo do Rio Guaporé e seus afluentes, começam a chegar para mais uma temporada de desova uns personagens bem interessantes e enigmáticos.

Primeiramente chegam os Talha Mar – Rynchops Níger que se deslocam do Canadá e Penísula de Yukatan até as areias douradas onde depositam seus ovos em covas rasas e ficam de guarda até os filhotes emplumarem e quando chega o mês de agosto para setembro, os filhotes bem alimentados de peixes, devidamente fortes e emplumados, retornam à América do Norte. Aí que entra

o grande enigma: são Norte Americanos ou Rondoniense já que nasceram em praias brasileiras?

Com a saída destes exóticos pássaros das praias, começam a ocupar o local os tracajás. Eles vão chegando ao entardecer e passam todo o período noturno depositando seus ovos em covas, ou ninhos. Normalmente cada ninho são depositados em torno de 36 ovos e nesta temporada dos tracajás, nas praias sob a vigilância da Eco Vale, foram identificadas e marcadas 9.789 ninhos, e teoricamente irão eclodir 352.404 filhotes.

Acontece que existe uma cadeia alimentar bem significativa nas praias onde acontecem as desovas. São os urubus, gaviões e camaleões que destroem os ninhos para comer os ovos.

Outro fator preocupante é o ataque das onças, que são bem numerosas na Região. Elas aproveitam do momento em que os tracajás estão desovando, para atacar e levar suas presas pra comer na floresta próxima.

Rastos destes felinos são encontrados em todas as praias onde ocorrem a desova.

Pelo controle da Natureza, na segunda quinzena de setembro, começa a agitação das tartarugas. Elas fazem um enorme alvoroço em torno das praias, onde ano após ano, retornam as mesmas praias e por incrível que pareça, no mesmo local onde desovaram no ano anterior, depositam seus ovos. Cada tartaruga coloca em seus ninhos em torno de 160 ovos e retornam imediatamente ao Rio Guaporé. Algumas devido a idade e grande esforço não conseguem voltar é neste momento que os praieiros – fiscais das praias – colocam elas nas costas e devolvem ao rio. Não dá pra salvar todas, mais em sua maioria levadas de volta as águas do Guaporé.

Na temporada passada, eclodiram mais de 4 milhões de filhotes, entre tracajás, tartarugas e matá matá e deste total menos de 0001% consegue sobreviver. A famosa Cadeia Alimentar entra em ação; desta vez são os vorazes peixes e jacarés que ficam na espreita quando são devolvidos ao grande Rio, os indefesos filhotes.

E A VIDA CONTINUA....


Veja as fotos:

Galeria de Imagens

Gente de OpiniãoDomingo, 19 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Juiz de Ji-Paraná reforça compromisso ambiental com o CIMCERO

Juiz de Ji-Paraná reforça compromisso ambiental com o CIMCERO

Para ampliar o monitoramento das arboviroses, orientando a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao

Sesc Rondônia recebe menção honrosa por Projeto Sustentável de Biodigestor

Sesc Rondônia recebe menção honrosa por Projeto Sustentável de Biodigestor

O Serviço Social do Comércio em Rondônia (Sesc) recebeu mais um importante reconhecimento pela inovação e compromisso com a sustentabilidade. A inst

Projeto apoiado pelo Grupo Rovema realiza soltura de quase 600 mil filhotes de quelônios no rio Guaporé em RO

Projeto apoiado pelo Grupo Rovema realiza soltura de quase 600 mil filhotes de quelônios no rio Guaporé em RO

No último domingo (15), quase 600 mil filhotes de quelônios foram soltos às margens do rio Guaporé, entre os municípios de São Francisco do Guaporé

Idesc promove conferência sobre meio ambiente urbano

Idesc promove conferência sobre meio ambiente urbano

Visando a enriquecer a V Conferência Nacional do Meio Ambiente com debates e propostas sobre as áreas urbanas e as alterações climáticas decorrentes

Gente de Opinião Domingo, 19 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)