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VÍTIMAS DE SANTA ELINA SOFREM ATAQUE DE JAGUNÇOS


 

No último dia 09 de agosto,  passou-se 13 anos da histórica resistência dos camponeses em Corumbiara. O conflito conhecido como "massacre de Corumbiara" foi uma das páginas mais sangrentas da história recente do Brasil. As famílias vítimas seguem lutando pela punição dos culpados, o direito a indenização e pelo corte das terras da fazenda.

Mesmo com uma decisão recente da Corte Interamericana de Justiça da OEA – Organização dos Estados Americanos que decidiu que o governo brasileiro deve pagar as indenizações, reconhecendo que o massacre contra os camponeses foi uma operação de guerra em tempos de paz, até hoje, nenhuma indenização foi paga.

Em 2007 as vítimas de Santa Elina permaneceram em Brasília por 21 dias, sendo que o ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, conjuntamente com o presidente do Incra, Rolf Hackbart e o secretário do gabinete Civil da presidência da República, Gilberto Carvalho prometerem que em 60 dias resolveriam os problemas das indenizações e corte da fazenda, mas não cumpriram nenhuma das promessas.

Em 11 de maio as famílias, remanescentes do conflito, organizadas pelo Comitê das Vítimas de Santa Elina - CODEVISE re-ocuparam a fazenda. Despejados no dia 22 de julho acamparam na área do Assentamento Adriana, aguardando uma solução para o problema. Mesmo fora da fazenda foram atacadas várias vezes por pistoleiros. Resolveram voltar a área como forma de continuar chamando a atenção para um problema ainda sem solução: as indenizações de todas as vítimas de Santa Elina e a promessa de que fazenda seria destinada aos camponeses. No dia 09, em Corumbiara, as vítimas realizaram uma missa e um protesto, como forma de relembrar a data, exigir a punição dos culpados e a cobrança das indenizações.

Na noite do dia 11 de agosto três dias após a missa que reuniu centenas de camponeses, a Comissão Pastoral da Terra e diversos sindicatos e lideranças comunitárias; ocorre uma ação de pistolagem dos fazendeiros da região. Os guaxebas atacam o acampamento desferindo centenas de disparos. Os camponeses fogem para fora da área da fazenda e os pistoleiros ateiam fogo em todos os barracos. A perseguição continua e o saldo é o de dois desaparecidos.

As famílias estão à margem de uma estrada no assentamento Adriana, e temem que novos ataques ocorram e temem pela vida de dois camponeses que ainda não foram localizados.

O CEBRASPO conclama todas as organizações democráticas a denunciarem mais esta ação do latifúndio na região de Corumbiara e exige do Governo Brasileiro, da Ouvidoria Agrária Nacional, do INCRA e do Governo do Estado de Rondônia a imediata apuração dos fatos e que sejam atendidas as justas reivindicações dos camponeses, que a mais de 13 anos desde o conflito são humilhados, perseguidos e não tem seus direitos reconhecidos.

Fonte: LCP - Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia

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