Domingo, 6 de setembro de 2015 - 16h30
A Alemanha espera receber hoje (6) 10 mil refugiados procedentes da Hungria via Áustria, um nível jamais atingido num só dia, depois de ter acolhido 7 mil ontem (5), um número revisto ligeiramente em baixa, segundo a polícia federal.
Até o meio da tarde, já tinham entrado em território alemão aproximidamente 6 mil homens, mulheres e crianças, a maioria pela Baviera, no Sul, e o país espera ainda que cheguem mais 4 mil até ao fim do dia, de acordo com a mesma fonte.
Os requerentes de asilo, principalmente sírios que fugiram do seu país devastado pela guerra, foram recebidos por pessoas com cartazes em que se lia “Bem-Vindos à Alemanha” e que ainda ofereceram a eles água, alimentos, agasalhos e pequenos presentes.
Em Munique, o principal ponto de trânsito do país, os recém-chegados eram rapidamente conduzidos para os centros de primeiro acolhimento para aí serem registados, antes de serem reencaminhados para centros de outras regiões, nos termos do sistema alemão de cotas.
Enquanto a Europa, dividida, conhece uma das suas piores crises migratórias desde o fim da 2ª Guerra Mundial, Berlim atenuou suas regras de acolhimento para os cidadãos sírios, desistindo de os reencaminhar para o ponto de entrada na Europa.
Numa decisão sem precedentes, a Áustria aceitou também na noite de sexta-feira para sábado, em concertação com Berlim, facilitar o acolhimento e o trânsito em direção à Alemanha de milhares de migrantes retidos na Hungria, país para o qual se digiriram cerca de 50 mil pessoas só em agosto.
Mas numa conversa por telefone hoje de manhã, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, concordaram que “tanto a Hungria quanto a Alemanha devem respeitar suas obrigações europeias” e que o fluxo observado no fim de semana foi excepcional, precisou Georg Streiter, porta-voz de Merkel.
A Alemanha espera registar 800 mil pedidos de asilo este ano, ou seja, quatro vezes mais que no ano passado.
Neste sábado, o diário conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung avaliou em 10 bilhões de euros o custo do acolhimento dos refugiados em 2015.
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