Quinta-feira, 8 de outubro de 2015 - 10h06
A Alemanha gastará 15 bilhões de euros, este ano e no próximo, para tratar dos refugiados, segundo informações divulgadas hoje (8) pelos principais institutos econômicos do país.
Os representantes desses institutos abordaram as implicações econômicas para a Alemanha da crise dos refugiados, ao apresentar, em entrevista em Berlim, o Diagnóstico Conjunto de outono.
Eles estimam que a chegada, em grande número, de pedidos de asilo à Alemanha – estimados em 900 mil em 2015, diante dos 800 mil previstos pelo governo – terá custo de 4 bilhões de euros este ano e de 11 bilhões em 2016.
Essa despesa, principalmente o gasto público – em alojamento e alimentação, por exemplo – e o consumo direto – transferências para os refugiados - “funciona como um programa de impulso” econômico do governo, disse Ferdinand Fichtner, do Instituto Alemão para a Investigação Econômica.
Os 11 bilhões de euros destinados a refugiados no próximo ano equivalem a 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, disse Fichtner.
Oliver Höltenmüller, do Instituto Leibniz para a Investigação Econômica de Halle, destacou que, sem dúvida, a Alemanha tem “força econômica” para enfrentar a crise dos refugiados, considerando que “é uma questão de vontade política, não de capacidade financeira.
Para que o processo tenha sucesso em termos econômicos, a integração dos refugiados no mercado de trabalho é o mais importante, disse Roland Döhrm, do Instituto de Renania-Westfalia para a Investigação Econômica.
Os economistas apostam em cursos de línguas, formação profissional e reconhecimento de qualificações, bem como a simplificação dos processos burocráticos, para facilitar a empregabilidade dos refugiados.
O documento mostra como a integração dos refugiados no mercado de trabalho pode reverter o envelhecimento da sociedade alemã e evitar possíveis desequilíbrios nas finanças públicas, devido ao aumento do custo total das pensões.
De acordo com o Diagnóstico Conjunto, a taxa de desemprego ficará este ano em 6,4% e crescerá ligeiramente em 2016 para 6,5%, enquanto o crescimento da maior economia europeia será em 2015 de 1,8%.
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