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Alemanha quer ampliar parcerias com o Brasil


Pedro Peduzzi
Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, defendeu hoje (13), durante seminário promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a ampliação das parcerias com o Brasil na área de infraestrutura. Segundo ele, esta é uma das estratégias adotadas pelo país para contornar a crise econômica europeia.

“Com 80 milhões de habitantes, a Alemanha é pequena e não tem nada de minérios. Nossos recursos naturais são o nosso saber e a nossa criatividade”, disse o ministro ao mencionar a importância de o Brasil ter tanta matéria-prima. “No campo da infraestrutura, temos excelentes ofertas ao Brasil, não apenas de infraestrutura na forma como é feita há 30 ou 40 anos. Penso também nas redes digitais, onde há ainda tanto a se fazer, e na área de energias renováveis”, acrescentou.

Westerwelle argumenta que os países que se desenvolverem no setor de energias renováveis “estarão na ponta e serão as lideranças no mundo”. Ele citou o Brasil como “um dos países que também apostam” nesse tipo de energia.

A área de transportes foi uma das mais destacadas pelo ministro alemão. “Na última visita que fiz ao Brasil, em conversa com o então presidente Lula, apresentei algumas propostas para o Trem de Alta Velocidade [TAV]. A oferta ainda está de pé. O que oferecemos é estrutura de ponta principalmente para a área ferroviária e de transportes aéreo. Temos infraestrutura excelente na Alemanha. Talvez uma das melhores do mundo”, argumentou.

Muitas dificuldades econômicas e financeiras, segundo ele, já foram superadas pela Alemanha. “Hoje, nossa economia é caracterizada pelas pequenas e médias empresas, que são a coluna vertebral do nosso país. A situação no mercado de trabalho é a melhor desde a nossa unificação, e a força das dívidas [dos países membros da comunidade europeia] poderia ser ainda maior caso tivessem surgido em um momento no qual a Alemanha não tivesse a força que tem para assumir as responsabilidades que assumiu.”

Westerwelle considera que a crise do endividamento virou crise de confiança, mas ressalta que a moeda comunitária é estável e com histórico de sucesso. Ele avalia que as taxas de câmbio e de inflação na Europa estão estáveis, e que o euro está em pé de igualdade com o dólar, a ponto de se tornar a segunda moeda de reserva. “Sabemos, portanto, da grande responsabilidade que implica o papel de nossa moeda e, por isso, fomos obrigados a ajudar tanto os bancos.”

“Estamos cientes das preocupações acerca da dívida europeia. O Brasil tem experiência própria com dívida e sabe bem disso. A crise da dívida é uma crise de liquidez que acabou se transformando em crise de confiança. Se houver maior liquidez no mercado, os problemas serão resolvidos”, disse o ministro ao reiterar que contribuições, como as feitas pela Alemanha, “evitarão repetir o agravamento da crise”.

As garantias financeiras, estimadas em mais de 200 bilhões de euros, terão boa parte financiada pela Alemanha (22 bilhões de euros). O custo total da crise, acrescentou Westerwelle, deverá beirar os US$ 1 trilhão, incluindo os valores destinados ao resgate de países vizinhos.
 

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