Segunda-feira, 14 de janeiro de 2008 - 08h44
Rodrigo Craveiro
Do Correio Braziliense
Pelo menos 45 países 33 na África e 12 nas Américas estão em alerta diante do alto risco de transmissão da febre amarela. Na América do Sul, a situação é mais grave no Peru, que já contabilizou 23 casos da doença apenas neste ano. Bolívia, Brasil, Colômbia e Venezuela também notificaram infecções humanas nos últimos sete anos. No entanto, o número de surtos está em queda, fruto da adoção de recomendações da Organização Panamericana de Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), como a imunização em massa e o controle do mosquito vetor Aedes aegypti.
De acordo com Jarbas Barbosa da Silva Júnior, gerente da área de vigilância em saúde e atenção às enfermidades da Opas, o Brasil não enfrenta uma epidemia de febre amarela, mas um ciclo epizoótico. Marcado pela transmissão do vírus entre macacos, esse ciclo ocorre entre cada cinco e sete anos e foi identificado pela primeira vez na década de 1930. Casos silvestres ocorrem todos os anos, já que o vírus é mantido na natureza em seu ciclo selvagem, caracterizado pela transmissão entre macacos, explicou. A região epizoótica sul-americana concentra todos os países, com exceção de Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile.
Jarbas considera que as ocorrências na região central do Brasil são um fenômeno natural e típico desse ciclo. Casos humanos podem continuar ocorrendo, se pessoas não vacinadas entrarem em contato com o vírus em matas, cachoeiras, rios e outros ambientes silvestres, alertou. O especialista da Opas sustenta que a febre amarela urbana tem outras características de transmissão e está erradicada no Brasil desde 1942. O relativamente baixo número de casos humanos, apesar da intensidade e da extensão das epizootias, provavelmente reflete a alta cobertura vacinal, afirmou. No entanto, ele ressaltou que o momento é de alerta e avaliou que as autoridades brasileiras têm adotado as medidas recomendadas pelos organismos internacionais.
A vacinação em massa nem sempre é garantia de controle total da febre amarela. Em entrevista ao Correio, Mario Martinez, consultor da Opas para imunização no Peru, revelou que o programa de imunização do país conta com uma cobertura de 97%. O problema é que os 3% restantes representam centenas de milhares de pessoas, disse. Ainda não conseguimos baixar a zero o número de casos porque a população pobre migra para trabalhar em áreas com risco de transmissão, acrescentou. A zona de selva alta, ao norte de Cuzco, concentra o maior número de casos.
Corredor de macacos
Após a epidemia de 2003, a Colômbia imunizou 99% das crianças com mais de um ano de idade e 80% dos adultos que vivem em municípios situados a altitudes inferiores a 1.600m. Não tivemos casos urbanos nos últimos anos. Todos os doentes dos últimos quatro anos eram agricultores e canavieiros, comentou Andrea Vicari, assessor de imunização da Opas. As áreas ao redor das cordilheiras oriental e central e as regiões de Serra Nevada de Santa Marta, Serranía del Perijá, Magdalena Medio, Catalumbo, Orinóquia e Amazônia são consideradas de alto risco de transmissão. Vicari minimiza a possibilidade de o vírus da febre amarela ativo no centro-norte do Brasil se deslocar para o país vizinho. Pela grande distância geográfica, é muito pouco provável que a epizootia no Brasil se expanda para a Colômbia em curto prazo de tempo, considerou.
A situação é pouco mais confortável na Venezuela, que não registrou casos nos últimos dois anos. Entre 2003 e 2005, as autoridades não vacinaram as populações de um corredor de passagem de macacos, na fronteira com a Colômbia, o que provocou uma epizootia. Naquele ano, 12 pessoas foram contaminadas pela febre amarela; oito delas morreram. Fizemos um trabalho de apoio para que o Ministério da Saúde obtivesse 100% de cobertura de imunização, lembrou Renato DAffonseca Gusmão, representante da OMS para Venezuela, Aruba e Antilhas Holandesas. Na Venezuela, as infecções humanas se concentram nas regiões de Parima (nordeste), sul do Lago de Maracaibo (noroeste) e San Camilo (centro-sul). O último caso de febre amarela urbana ocorreu em 1918, na cidade de Coro, departamento de Falcón (noroeste), disse Gusmão.
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