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Arcebispo diz que centenas de padres podem estar mortos após tremor no Haiti



O enviado do Vaticano ao Haiti, o arcebispo Bernardito Auza, afirmou nesta quarta-feira que "centenas de seminaristas e padres" estão sob as ruínas de Porto Príncipe, capital do Haiti e principal cidade atingida pelo terremoto de 7 graus de magnitude desta terça-feira, e podem estar mortos.

Não há número do governo haitiano de vítimas e muitas estimativas baseiam-se meramente em relatos. O premiê do Haiti, Jean-Max Bellerive, disse acreditar que os mortos "estejam além dos 100 mil". Entre as vítimas confirmadas por outros governos há 12 brasileiros -- 11 militares e a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.

Segundo Auza, os padres e seminaristas estariam no mesmo prédio que o monsenhor Serge Miot, arcebispo de Porto Príncipe, cuja morte no terremoto foi anunciada mais cedo pela agência católica Misna.

"A catedral, o escritório do arcebispo, todas as grandes igrejas, os seminários foram reduzidos a escombros. A mesma sorte dos prédios dos ministérios, o Palácio Presidencial, as escolas", disse Auza, citado pela agência de notícias do Vaticano Fides.

"O pároco da catedral, que sobreviveu, me contou que o arcebispo de Porto Príncipe teria morrido sob os escombros, junto a centenas de seminaristas e padres sob as ruínas", completou.

Miot foi encontrado sob os escombros do edifício que abrigava o Arcebispado, que fica na capital e foi destruído pelo tremor.

O terremoto de sete graus de magnitude atingiu o Haiti às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília), a cerca de 16 km da capital haitiana, sendo considerado o mais forte no país em 200 anos.

As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto vários tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país, onde muitas construções são precárias.

Segundo Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, os prédios e a infraestrutura de Porto Príncipe, cidade mais atingida pelo tremor, sofreram danos extensos. Já os serviços básicos, incluindo água e eletricidade, estão a beira do colapso.

Em um país de construções precárias, mesmo prédios importantes como o palácio presidencial e a sede da missão da ONU não resistiram e sofreram sérios danos. Há relatos de casas que caíram de barrancos e de que 200 ficaram soterrados sob o hotel Cristopher. Repórteres e testemunhas relatam grande destruição e cenas sangrentas na capital, Porto Príncipe.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) estima que até 3 milhões de pessoas foram atingidas pelo terremoto e ressaltou que o Haiti é um dos países mais pobres do hemisfério Norte e que está mal preparado para lidar com um desastre destas proporções. 

Fonte: Folha Online

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