Terça-feira, 1 de maio de 2007 - 13h43
Carolina Pimentel
Agência Brasil
Brasília - A nacionalização das reservas naturais de gás e petróleo representou para a Bolívia US$ 1,321 bilhão a mais por ano em relação aos recursos que a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) tinha com a capitalização decretada durante o governo do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada.
Após a nacionalização - anunciada há exatamente um ano pelo presidente Evo Morales - o país recebia US$ 328 milhões anuais. Agora recebe US$ 1,649 bilhão por ano. As informações foram publicadas hoje (1º) pela Agencia Boliviana de Información (ABI, a agência oficial de informação do governo boliviano).
Este é um dos marcos mais importantes da última fase da historia da Bolívia, porque a nacionalização tem um conjunto de mudanças nos setores econômico, político e social", disse o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas. Com isso e a recuperação da propriedade, teremos uma atitude agressiva de posicionamento boliviano na América do Sul e no mundo, porque o gás natural nos permite uma visão geopolítica de natureza diferente.
Segundo o ministro, antes da nacionalização, de cada US$ 10 com a venda de gás e petróleo, os bolivianos recebiam US$ 2,5 e US$ 7,5 iam para as multinacionais. Hoje, essa operação se inverteu: o país recebe US$ 7,5 e US$ 2,5 vão para as empresas multinacionais.
De acordo com a ABI, a expectativa é que a partir da industrialização dos hidrocarbonetos, o país multiplicará a entrada de recursos. Com contratos protocolizados, as empresas investirão no mínimo US$ 3 milhões em prospecção e exploração de novas jazidas para atender a demanda externa (com novos mercados) e interna.
O Ministério dos Hidrocarbonetos e YPFB estão negociando com as empresas que atuam na Bolívia um acordo para contratos de operação. "As empresa estrangeiras que vão firmar esses contratos são empresas de serviços e é no ponto de fiscalização onde entregarão 100% da produção a YPFB", acrescentou o titular da Hidrocarbonetos.
Ele lembrou que a estatal agora tem monopólio: primeiro por ser a única encarregada pelo sistema de dutos (gasodutos, oleodutos e polidutos), pois é a única que terá relação contratual com a Transredes, a concessionária dos dutos.
A YPFB também é e será a única a ter o controle do processo de comercialização. Ou seja, a estatal vai definir os mercados e volumes, além de determinar os preços para a comercialização.
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