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BOLÍVIA volta a fornecer gás natural para o Brasil


Mônica Tavares e Ramona Ordoñez, Agência O Globo BRASÍLIA e RIO - O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse, na manhã deste sábado, que a TermoCuiabá já voltou a receber gás natural da Bolívia, apesar da quantidade ainda não estar totalmente regularizada. Nesta época do ano, a usina recebe em média 1,2 milhão de metros cúbicos/dia de gás natural. Ele fez questão de ressaltar a eficiência de seu colega boliviano o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, em contornar a crise. Na sexta-feira, a Bolívia havia reduzido o fornecimento de gás ao Brasil em 7%, que atingiu principalmente a TermoCuiabá e a Comgás, distruidora de São Paulo. O problema ocorreu por causa de manifestações que causaram estragos em uma estação de bombeamento da provincía de Gran Chaco, no Sudeste do país. À noite, governo boliviano anunciou que as exportações de gás natural para Argentina e Brasil seriam normalizadas a partir do meio-dia deste sábado, após recuperar o controle de uma importante estação de bombeamento saqueada por manifestantes. A informação fora divulgada pelo ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana. Apesar da promessa, o governo brasileiro decidiu se precaver e poderá acionar, na próxima quinta-feira, o Plano de Contingenciamento para garantir o fornecimento do gás natural ao mercado interno, caso prossigam os conflitos na Bolívia, que, nesta sexta-feira, provocaram o corte parcial na produção do gás no campo de San Alberto. Segundo Silas Rondeau, o plano deve ficar pronto nos próximos dias. Está prevista para a próxima semana uma reunião na Casa Civil com o ministro e representantes de Petrobras, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Mas, apesar das providências, o governo brasileiro acredita que o fornecimento de gás natural da Bolívia seja normalizado neste fim de semana. Nesta sexta-feira, o governo boliviano informou que as exportações de gás natural para o Brasil e a Argentina foram reduzidas em 20%, devido a danos no sistema de gasodutos provocados por manifestantes na província de Gran Chaco. No caso do Brasil, a redução foi de 7%. Para São Paulo, o fornecimento caiu de 24,6 milhões de metros cúbicos de gás por dia para 24 milhões - com um corte de 0,6 milhão para a distribuidora Comgás. A TermoCuiabá, que recebia 1,2 milhão de metros cúbicos diários, recebeu gás boliviano até a madrugada desta sexta-feira. Durante o dia, porém, o fornecimento foi suspenso. A termelétrica está com o gasoduto cheio, o que garante a operação por uma semana. A diminuição do bombeamento de gás, que poderia se agravar a partir do domingo, foi realizada após uma redução forçada da produção de gás no campo de San Alberto. O ministro explicou que o corte na produção para 3,4 milhões de metros cúbicos diários no Campo de San Al berto - que normalmente produz 10 milhões de metros cúbicos - representou para o Brasil, um corte de 1,8 milhão de metros cúbicos diários. Silas acrescentou que do total de gás exportado da Bolívia, 1,2 milhão de metros cúbicos era fornecido para a termelétrica privada de Cuiabá, no Mato Grosso. Outros 600 mil metros cúbicos diários foram cortados do volume que a Bolívia vendia diretamente à BG, que, por sua vez, fornece o produto à Comgás (distribuidotra de gás paulista). Esses dois contratos não têm qualqer vinculação com os que a Petrobras tem com a YPFB para a importação de até 30 milhões de metros cubicos diários. Silas Rondeau destacou que, até o momento, a Petrobras não foi afetada porque as regras contratuais exigem que, uma vez atendido o mercado boliviano, a prioridade é a estatal brasileira - que importa mais de 24 milhões de metros cúbicos do insumo diariamente para consumo próprio e para abastecer especialmente a indústria paulista. - Nós acreditamos que o governo da Bolívia vai conseguir superar as dificuldades internas e voltar ao fornecimento normal do gás, tanto para o Brasil como para a Argentina - disse Silas. O ministro acredita que o fornecimento de gás deverá se normalizar até o fim desta semana. Contudo, se isto não acontecer, o consumo no Brasil se manteria ainda sem problemas nos próximos quatro dias, com o uso do gás contido ao longo dos quase quatro mil quilômetros do gasoduto. Por isso, o ministro calcula que, se houver necessidade de acionar o plano de contingência, isso só aconteceria a partir da próxima quinta-feira. Este plano vai garantir o fornecimento aos consumidores residenciais e industriais. O primeiro corte será o consumo de gás nas refinarias da Petrobras, que é da ordem de seis a sete milhões de metros cúbicos/dia. Num segundo momento, o plano prevê também a redução no consumo de gás nas termelétricas, principalmente naquelas que podem utilizar outro tipo de combustível líquido, como óleo diesel. Os consumidores residenciais e industriais seriam os últimos a serem afetados pelo corte no fornecimento de gás, caso continuem os problemas na Bolívia. O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, havia informado, nesta sexta-feira, que as renegociações entre Brasil e Bolívia foram retomadas nesta sexta-feira. Segundo ele, uma mesa de negociação entre a Petrobras e o governo de Evo Morales estava prevista para começar pela manhã, em La Paz, a pedido do governo vizinho. Esta é a primeira retomada dos diálogos entre os dois países desde terça-feira, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma dura conversa com Morales, afirmando que o Brasil retaliaria o país vizinho caso a Bolívia decidisse nacionalizar as refinarias da Petrobras sem a justa indenização. Mais cedo, a Petrobras havia afirmado que sairia da Bolívia, em uma retirada traumática, caso o governo daquele país insistisse em desapropriar sem acordo as refinarias que a estatal mantém no país. Problemas com a Bolívia começaram há quase um ano A confusão entre Brasil e Bolívia tiveram início em maio de 2006, quando o presidente Evo Morales concretizou uma promessa da campanha presidencial, decretando a nacionalização do petróleo e do gás. Com isso, as multinacionais presentes no país, como a Petrobras, deixaram de ser donas dos negócios e viraram prestadoras de serviço, pagando mais imposto sobre a produção - a alíquota subiu de 50% para 82%. O presidente boliviano tentava também elevar o preço do combustível. Em fevereiro, a Petrobras aceitou pagar entre 3% e 6% a mais pelo gás comprado da estatal YPFB, para São Paulo e Cuiabá. Outro ponto polêmico diz respeito à indenização pelas duas refinarias da Petrobras no país. Esse teria sido o tema de uma conversa ríspida entre Lula e Morales, na Venezuela, no início da semana.

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