Sexta-feira, 21 de março de 2008 - 19h43
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta sexta-feira, em Washington, que acredita que a proposta brasileira de criar um Conselho Sul-Americano de Defesa será implantada até o final deste ano.
Jobim fará a partir do dia 14 de abril um giro pela América Latina para discutir a criação do órgão com os diferentes países da região.
As discussões do ministro terão início na Venezuela, onde ele irá se encontrar com o presidente Hugo Chávez.
Em seguida, ele irá para Suriname, Guiana, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Jobim disse na sede do instituto de pesquisas Center for Strategic and International Studies (CSIS) que a proposta brasileira de criar o conselho visa criar políticas comuns de defesa, intercâmbio de pessoal, participação conjunta em operações de paz da ONU e a possibilidade de ação coordenada em ameaças enfrentadas pelos diferentes países.
O ministro da Defesa se encontrou nesta sexta-feira com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e na quinta, como o secretário de Defesa, Robert Gates. Ele contou que os dois se entusiasmaram com a proposta brasileira.
'Grande agrado'
Jobim qualificou a conversa com Rice como ''ótima''. E, durante o encontro com a secretária, ele manifestou ''a posição brasileira sobre as questões da América do Sul, mostrando que temos condições de resolver as nossas questões''.
Segundo o ministro, Rice considerou ''extraordinariamente interessante a iniciativa, viu com grande agrado''.
A recente operação militar da Colômbia em território equatoriano também foi um dos temas do encontro.
Ele disse ter expressado a ''posição brasileira de que não admitiríamos, sob hipótese alguma, a invasão de território''.
Contribuição dos EUA
Jobim contou que o secretário Robert Gates teria indagado se os Estados Unidos poderiam contribuir com o conselho de defesa, mas respondeu que ''por enquanto, a colaboração que os senhores podem fazer neste momento é ficar à distância'', já que o órgão diz respeito apenas às nações sul-americanas.
Indagado se os Estados Unidos manifestaram qualquer reserva ao fato de a Venezuela ter um papel no conselho, o ministro comentou que não, mesmo porque ''não têm nenhum direito de fazê-lo, uma vez que não diz respeito a eles''.
Em resposta a uma pergunta se a proposta brasileira não entraria em choque com o projeto do líder venezuelano, Hugo Chávez, de criar um órgão de defesa com as nações que integram a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), Jobim afirmou que ''o presidente Chávez tem interesse na criação do conselho''.
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