Segunda-feira, 9 de setembro de 2013 - 14h47
Renata Giraldi
Agência Brasil
Brasília - O Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, já elaborou um plano de retirada dos 395 brasileiros que vivem na Síria, se o país for alvo de uma intervenção armada liderada pelos Estados Unidos. A saída ocorrerá por terra, e as pessoas serão transportadas para os países vizinhos – Líbano e Jordânia. Mas, por enquanto, não houve solicitações nem pedidos de ajuda.
Segundo diplomatas, a principal estrada que vai de Damasco (Síria) a Beirute (Líbano) está em bom estado. Na Síria, a comunidade brasileira vive em Tartus (225 pessoas) – cidade litorânea e longe dos conflitos –, em Damasco e arredores (141), locais alvo de confrontos, e nas demais localidades do país (29).
No começo do confrontos armados na Síria, em março de 2011, a comunidade de brasileiros no país chegava a 2,5 mil pessoas. A maioria tem dupla nacionalidade (síria e brasileira) e trabalha com comércio ou investimentos. Os brasileiros, que moram no país, costumam manter atualizados os dados na Embaixada do Brasil na Síria, que desde julho de 2012 está sediada em Beirute (Líbano).
Nos próximos dias, chegará para comandar a representação brasileira, o diplomata José Estanislau do Amaral Souza Neto que substitui o atual encarregado de Negócios (embaixador temporário) Bruno Carrilo. Diplomatas e funcionários do Itamaraty na Síria trabalham provisoriamente em Beirute, mas costumam ir a Damasco com frequência.
A tensão na Síria aumentou nos últimos dias com a decisão dos Estados Unidos de promover uma ação armada no país. A proposta em discussão pelas autoridades norte-americanas prevê três meses, no máximo, de ataques, sem o envio de tropa e tendo como foco apenas militares. O presidente norte-americano, Barack Obama, defende a ação, argumentando que é preciso frear os ataques químicos contra civis na região.
Os confrontos na Síria ocorrem há dois anos e meio e foram deflagrados pela disputa de poder entre os aliados do governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, e a oposição. Os oposicionistas pressionam Assad a abrir mão do governo, mas ele resiste. A estimativa é que mais de 100 mil pessoas tenham morrido ao longo dos conflitos. No último dia 21, cerca de 1,4 mil pessoas foram mortas por armas químicas nos arredores de Damasco, segundo organizações não governamentais.
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