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CARAVANA: Contratos encaminhados, história e trânsito caótico



Depois de uma semana na estrada chegamos à Arequipa, localizada no centro-sul do país e segunda maior cidade do Peru, uma verdadeira metrópole de 860.000 habitantes que, como todas as grandes cidades brasileiras, possui os mesmos problemas: trânsito caótico, que aqui é ainda pior devido às ruas estreitas com piso de paralelepípedo e os milhares de taxis e motos que disputam espaço com os pedestres, e a poluição causada pelos veículos antigos e à poeira cinzenta do deserto peruano.

E foi em Arequipa que as rodadas de negócios entre empresários brasileiros e peruanos mais apresentou resultados positivos e perspectivas de bons negócios futuros. Os arequipenhos tem grande interesse em comprar carne bovina, frango congelado, farelo de soja, bicicletas, enquanto fornecem cimento, sal mineral, calcário e batata, que produzem em grande quantidade.

Pela manhã nossa equipe foi ao centro da cidade, sempre escoltados pelo policiamento até no banheiro, na Plaza de Armas, fotografar e filmar a população local que, a exemplo dos demais peruanos, são muito educados e solícitos com os visitantes. A cidade é muito antiga, da época da colonização espanhola, e sua arquitetura mistura vielas e avenidas de oito pistas, castelos e prédios modernos envidraçados, numa grande mistura de estilos arquitetônicos e estilos de construção.

Ainda no período da manhã fomos recebidos na Associação Comercial pelo presidente regional (governador) da província (estado) de Arequipa, pelo presidente da Câmara de Comércio de Arequipa Morrí Berón e pelo presidente da Câmara de Negócios Peru-Brasil, Miguel Vega Alvear, além de dezenas de empresários locais interessados em conhecer nossos produtos e oferecer os deles. Interessante que todos os produtos no Peru são cotados em sólis, a moeda local, e dólares americanos, e tudo pode ser comprado com as duas moedas, de um saquinho de pipoca a uma camionete (uma L-200 custa cerca de US$ 26.000,00).

Os empresários saíram das reuniões muito entusiasmados com as conversas preliminares com os peruanos, pois existe um grande mercado para colocação dos produtos rondonienses, bem como oferta de produtos peruanos bem mais baratos para o mercado rondoniense, como o cimento (US$ 8,00 a saca ) e o sal, por exemplo.

Após o almoço, pé na estrada em direção ao porto de Matarani, distante 160 quilômetros de Arequipa. Estrada em excelentes condições mas muito perigosa devido às curvas fechadas e abismos imensos, mas sem nenhum buraco e bem sinalizada em toda a extensão. Chegamos no final da tarde e fomos surpreendidos por uma grande festa na entrada da cidade, com fogos, bandeiras brasileiras e peruanas e a população saldando os rondonienses com muito entusiasmo, foi realmente emocionante para todos nós.

Após uma rápida solenidade conhecemos a estrutura do porto local, especializado em containeres e carga seca em geral, como automóveis e máquinas industriais.

A direção do porto explicou o sistema de trabalho, e chamou-nos atenção a grande quantidade de veículos acidentados nos pátios, como Corollas, Civics e Suzukis. O Peru compra carros batidos do Japão em grande quantidade, reforma e revende no mercado interno, a frota de veículos americanos e japoneses corresponde a 80% dos veículos que rodam na região, uma vez que não existem "ensambladoras" (montadoras) no Peru.

Anoitecia quando seguimos rumo a Ilo, cidade portuária de 80.000 habitantes no sul do Peru distante 50 quilômetros do porto de Matarani, onde teremos mais uma rodada de visitas e negócios amanhã (terça-feira). Ocorreu que a estrada costeira estava em péssimas condições, de terra, e fomos aconselhados a seguir pela estrada asfaltada, com a distância aumentando para 250 quilômetros, com 4 pedágios a 5 sólis (cerca de R$ 3,50) cada um.

Chegamos ao hotel à beira mar às 23:00 horas e vamos jantar e descansar, o dia foi puxado e amanhã vamos conhecer o porto de Ilo e a estrutura do CETICOS (Centro de Exportação, Transformação, Industrialização e Serviços), uma espécie de porto seco livre de aduana. Os produtos que aqui chegam do exterior, ou partem para exportação são isentos de impostos, o que barateia bastante para os rondonienses, uma vez que estamos a 2.100 quilômetros de Porto Velho, enquanto o porto de Paranaguá está a mais de 3.500, um sensível diferença. Só falta a Transoceânica ficar pronta!

Fonte: Decom

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