Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Mundo - Internacional

CARAVANA: Nos altiplanos dos Andes, de Puno à Arequipa



Começamos cedo o sexto dia no Peru, tomando café e prontos para fugir da altitude de Puno e chegar a Arequipa, no altiplano dos Andes, a cerca de 320 quilômetros ao sul, descendo a cordilheira dos atuais 3.800 metros para 2.600, uma diferença considerável para o organismo desacostumado como o dos membros da comitiva Fronteiras do Progresso.

Saímos às 9:10 em direção a Juliaca para entrar na carretera (rodovia) Transoceânica. Apesar do céu azul sem nuvens e do sol brilhante, os termômetros marcavam 8 graus na beira do Titicaca, nossa última vista de Puno. Abastecemos e seguimos viagem pela rodovia, que neste trecho está pronta, muito bem sinalizada, com pouco movimento e sem nenhum buraco. Que diferença de Porto Velho!

A viagem seguiu tranqüila, aliás neste domingo praticamente passamos o dia viajando, pois apesar da distância entre as duas não ser muito grande, levamos quase seis horas para percorrê-la, e com razão: a todo momento parávamos para fotografar as alpacas (espécie de lhamas menores), os montes nevados e os vulcões. A paisagem é monocromática, as casas não são pintadas e nem rebocadas, fica tudo muito igual na paisagem.

Passamos por alguns povoados, e em todo o trajeto somente grandes montanhas com o cume entre as nuvens totalmente desabitados. Ali não é um bom lugar para o carro pifar, em mais de cem quilômetros não passamos por nenhuma oficina, nem borracharia, e muito menos restaurante, apenas algumas bodegas à beira da estrada. Notamos também muitas cruzes à beira da estrada, de vítimas de acidentes na rodovia.

Devido ao frio não existem árvores, insetos e nem pássaros, somente a vegetação rasteira e rala sobrevive, além de cactos, a partir dos 3.000 metros. Numa das paradas, inclusive, alguém apareceu com uma bola de futebol, mas não deu nem para começar, o frio e o vento eram muito fortes, e se alguém tentasse dar um pique de 20 metros provavelmente teria um ataque cardíaco. Nestes três últimos dias sentimos na pele a dificuldade que os jogadores enfrentam ao disputar partidas em grandes altitudes, mal conseguimos andar, que dirá correr. Outro problema sério foi a falta de banheiros, não passamos por nenhum posto e o jeito foi fazer na beira da estrada mesmo.

Às 15:00 horas entramos em Arequipa, aos pés do vulcão Misti, que é assustadoramente alto e impressionante, nesta que é capital da província de mesmo nome e grande produtor de cimento (uma fábrica funcionava a todo vapor bem em frente a uma escola coberta de pó cinza na entrada da ciade). Arequipa é uma metrópole com cerca 860.000 habitantes, a segunda maior cidade do país, somente inferior a Lima, a capital. Fomos direto almoçar no El Montonero, um restaurante de comidas típicas peruanas, excelente atendimento e preços justos, pois as porções, apesar de individuais, são bem grandes e duas pessoas comem sem problemas.

Do restaurante seguimos com os batedores da polícia local para o hotel Libertador, que é da mesma rede que ficamos em Puno, sendo recebidos com festa pelos funcionários, que fazem de tudo para agradar os hóspedes recém chegados e acomodar a todos, o que convenhamos, não é tarefa das mais fáceis, principalmente em se tratando de um grupo de 70 brasileiros cansados de estrada.

Já são quase dez da noite e vou descansar. Amanhã cedo os empresários da caravana terão uma importante reunião na Câmara de Comércio de Arequipa (equivalente à nossa Associação Comercial) para prospectar mercados para exportação/importação de produtos. Os peruanos querem a nossa carne, frango e demais produtos da agroindústria rondoniense, e nos oferecem bebidas, cimento (aqui custa o equivalente a US$ 8,00 a saca de 50 quilos) e calcário.

Às 11:00 horas o governador fala aos empresários peruanos e ao meio-dia reúne-se com o alcaide (prefeito) e o governador da Província, aqui mesmo no hotel. Após o almoço (onde cada um paga sua conta), seguiremos ao porto de Matarani e pernoitaremos em Ilo, cidade litorânea com um grande porto exportador para, na terça-feira de manhã, nos reunirmos com os empresários locais e conhecermos o funcionamento do porto.

Na quarta teremos duas frentes negociando no período da manhã: uma em Tacna, que é a Zona Franca do Peru, e outra em Arica, no Chile, onde o governador Ivo Cassol e empresários se encontrarão com o governador local pela manhã. O governo do Chile recentemente liberou a entrada da carne rondoniense naquele mercado, que é um grande consumidor e importa a maior parte do produto da Argentina, já que não possui terras e clima propício para a produção pecuária.

A agenda prevê o retorno da comitiva ao Brasil na quarta-feira à tarde, partindo de Arica com destino a La Paz, na Bolívia, onde pernoita, seguindo de avião até Guayara-Mirim, na fronteira com o Brasil, atravessando o rio Guaporé e seguindo até Porto Velho, onde deve chegar no final da tarde da próxima quinta-feira.


Fonte: Decom

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Marcos Rocha faz discurso firme na COP29 e desafia o mundo a agir pela Amazônia: “Quem pagará para que a floresta fique em pé?”

Marcos Rocha faz discurso firme na COP29 e desafia o mundo a agir pela Amazônia: “Quem pagará para que a floresta fique em pé?”

O Governador de Rondônia, Marcos Rocha, protagonizou um dos momentos mais marcantes da COP29, realizada no Azerbaijão, ao unir palavras e imagens qu

Biolab reforça foco em inovação em participação na CPhI, evento farmacêutico global

Biolab reforça foco em inovação em participação na CPhI, evento farmacêutico global

Ponto de encontro ideal para ações de relacionamento e prospecção de parcerias, além de atualização das tendências do mercado farmacêutico, a CPhI r

Presidente da FIERO recebe visita do embaixador da Áustria no Brasil

Presidente da FIERO recebe visita do embaixador da Áustria no Brasil

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, recebeu na última quarta-feira (22), a visita do embaixador da

Gente de Opinião Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)