Bogotá - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, participou de uma reunião no Hospital Militar de Caracas com a equipe de governo, que se estendeu por mais de cinco horas na tarde desta sexta-feira (22), informou o vice-presidente do país, Nicolás Maduro. Segundo ele, Chávez se comunicou por escrito ao longo da reunião e discutiu temas econômicos, sociais e de segurança no país.
Na noite de ontem, Maduro fez um balanço da reunião aos meios de comunicação no país. Além do vice, participaram do encontro, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, e outros integrantes do Executivo.
De acordo com Maduro, Chávez participou de três reuniões. "Estivemos juntos com ele por cinco horas e meia. Ele está com muita energia, ânimo, força e vitalidade", disse.
O vice-presidente relatou que a comunicação com Chávez foi feita por "distintas vias de entendimento", já que o presidente apresenta dificuldades para falar devido à uma cânula traqueal. De acordo com Maduro, o presidente está recebendo tratamento e a insuficiência respiratória está sendo tratada com intensidade.
"Ainda com a cânula na traqueia para apoiá-lo em sua respiração, Chávez se comunicou por distintas vias escritas, para nos dar as orientações, fazendo como vocês sabem um grande esforço, com ânimo extraordinário, com sorriso e olhos brilhantes e vibrantes", detalhou.
Na reunião, foram tomadas decisões seconômicas para garantir a continuidade das ações sociais, em especial as de habitação, segundo o governo. Chávez também deu instruções ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, sobre a convenção de hoje (23), que irá escolher os pré-candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) às eleições municipais.
Maduro contou ainda que, na reunião, Chávez estava acompanhado de parentes - as filhas e netos. As especulações sobre a gravidade do estado de saúde do presidente aumentaram ontem (22). Na noite de quinta-feira (21), o ministro de Comunicação e Informação do país, Ernesto Villegas, fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, em que informou que a insuficiência respiratória de Chávez persiste, sem tendência favorável de melhora.
O movimento estudantil e a oposição venezuelana têm cobrado do governo informações sobre a capacidade de governar de Chávez e ontem o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (OEA), José Miguel Insulza, expressou sua opinião sobre a situação política no país, que ainda não teve o juramento do presidente para o novo mandato.
Segundo ele, a interpretação de adiar a posse devido ao tratamento em Cuba foi uma decisão acertada no momento em que foi tomada em janeiro. "Em termos políticos, isto [o adiamento] evitou um conflito que não era necessário. Mas o tema será resolvido e na próxima semana, já saberemos qual será a situação do presidente e se ele vai poder governar ou não", declarou em uma conferência sobre a democracia na América do Sul, em Paris.
Insulza ressaltou que com o comentário não pretendia fazer nenhuma "ingerência em assuntos internos do país, nem opinar se Chávez deveria ou não deixar o poder".
* Com informações da televisão estatal Telesur