O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e bispo do Xingu (AM), dom Erwin Kräutler, foi recebido em audiência pelo papa Francisco, na última sexta-feira, dia 4. Acompanhado do assessor teológico do Cimi, Paulo Suess, dom Erwin entregou um documento ao papa que trata das violações aos direitos indígenas no Brasil.
De acordo com o Cimi, foram apresentados ao papa casos de violência em que estão submetidos os povos indígenas. “Grupos políticos e econômicos relacionados com a agroindústria, a mineração e construtoras, com apoio e participação do governo brasileiro, tratam de revogar os direitos territoriais dos povos indígenas”, diz trecho do documento entregue ao papa.
Os representantes destacaram questões referentes a diversos povos indígenas brasileiros que tiveram terras invadidas, como os Tupinambá, no sul da Bahia; que sofrem sem assistência médica, como os índios do Vale do Javari, no Amazonas; e que são afetados pelos impactos de grandes empreendimentos, como o da Usina de Belo Monte, no Pará.
Atualmente, como explica dom Erwin, 519 empresas causam impactos a 437 terras pertencentes a 204 povos indígenas. “Muitos deles se encontram em grande risco de destruição por causa de projetos hidrelétricos, de mineração e desflorestamento causado pela criação de gado e plantação de soja”, conta.
Os representantes do Cimi entregaram ao papa publicações e estudos sobre as denúncias que levaram ao Vaticano. Segundo dom Erwin Kräutler,o papa Francisco demonstrou atenção, preocupação e sensibilidade com as questões.
Conforme o Cimi, na Amazônia brasileira vivem cerca de 90 grupos em situação de isolamento, livres, sendo que no mundo esta é a região com a maior quantidade de povos ainda sem contato com a sociedade que os envolve.
Fonte: CNBB com informações do Cimi