Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar de Brasília, dom Leonardo Ulrich Steiner, expressou satisfação com a decisão do conclave de ter escolhido um papa sul-americano. “Creio que represente para toda a Igreja o desejo de ser mais atuante, uma Igreja que se renove, atue, seja presente. É um sinal muito bonito que os cardeais nos dão ao terem eleito um cardeal latino-americano, agora nosso papa Francisco. Sinal de que a Igreja é realmente universal. Estamos realmente muito satisfeitos, contentes, e esperando muito do novo papa”.
Contudo, Steiner considerou uma “surpresa” a eleição do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como novo papa. “Foi uma grande surpresa [a escolha]. Creio que ninguém esperava que ele fosse eleito. Talvez já um pouco pela idade, 76 anos, e também porque ninguém falava no nome dele”.
O bispo definiu o pontífice como um intelectual que vai dar sequência ao processo de diálogo iniciado por Bento XVI. “O papa Francisco é um grande pastor. É um bom intelectual. Creio que teremos um homem entre Bento XVI e João Paulo II. Uma pessoa próxima do povo e que, ao mesmo tempo, há de travar diálogos necessários com outras religiões. Bento XVI abriu um diálogo muito grande e creio que o novo papa dará continuidade”. O papa Francisco assume a chefia da Igreja Católica no momento em que ela é alvo de denúncias de abusos sexuais e desvios de recursos. Também enfrenta pressão por reformas internas.
Simpático e sorridente, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, sucede Bento XVI, que renunciou ao pontificado no dia 28 de fevereiro. Ainda não foi confirmada a data da cerimônia de coroação do novo papa, mas espera-se que seja na próxima terça-feira (19).