Segunda-feira, 16 de junho de 2014 - 05h08
Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC
O presidente colombiano Juan Manuel Santos, reeleito em segundo turno nesse domingo (15), disse que não quer “decepcionar” nos próximos quatro anos e que pretende unir o país em torno do processo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e da iminente negociação com o Exército de Libertação Nacional (ELN).
Agradecido pelo apoio que recebeu da esquerda colombiana, Santos enfatizou a necessidade de aprofundar as reformas sociais no país. “... Para mim é um grande desafio, que em quatro anos ninguém se arrependa de ter votado em mim. Que eu não falhe no compromisso da paz e da justiça social”. O presidente lembrou o escritor Gabriel García Márquez em seu discurso sobre a paz. “Prometo trabalhar por vocês, pelo país com que sonhou Gabo [apelido do escritor] e com o qual todos nós sonhamos. Por isso, me entrego a Deus para alcançá-lo”, disse.
Juan Manuel Santos foi eleito com mais de 7 milhões de votos (7.816.986), 50.95% do total apurado. Óscar Zuluaga, que havia saído com vantagem do primeiro turno, terminou a votação com 6.905.001 votos, 45% do total. A abstenção diminuiu em relação à eleição de maio, mais ainda foi superior a 52%. O número de votos em branco foi 619.396.
Ele pediu que o país se una em torno do fim do conflito armado, da reparação das vítimas e de garantir que os acordos celebrados sejam cumpridos no pós-conflito.
O presidente reeleito também falou do adversário, Óscar Zuluaga, e o felicitou pela votação. “Te agradeço por ter reconhecido o nosso triunfo, é disso que se trata a paz”. Antes do discurso, Zuluaga havia admitido a derrota e parabenizou Santos pelo resultado.
“Seguirei trabalhando pelo que acredito, mas o importante é o fortalecimento da democracia”, destacou o opositor. Zuluaga agradeceu ao ex-presidente Álvaro Uribe por tê-lo “escolhido como seu candidato. “Uribe trabalhou muito, como se fosse ele mesmo o candidato”, acrescentou.
Uribe, que assumirá no Senado a partir de agosto, não aceitou o resultado e deu várias entrevistas em que denunciou a compra de votos. Mas as eleições foram observadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA) que, até a noite de ontem, não havia se pronunciado sobre o resultado.
O ex-presidente tornou-se opositor por divergir das escolhas de Santos com relação ao processo de paz. Com alta popularidade e respeito dos setores conservadores colombianos, Uribe levou Zuluaga ao segundo turno. Também contribuiu para isso a campanha publicitária de Zuluaga e os erros cometidos pela gestão do presidente, desgastada pelo processo de paz, devido à discordância de alguns setores.
Nos últimos dez dias de campanha, Santos mudou a estratégia publicitária e conseguiu virar o jogo a seu favor.
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